O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede Havan, transferiu R$ 5 mil para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no período em que ela esteve foragida da Justiça brasileira, entre maio e junho deste ano.
A informação consta em relatório da Polícia Federal (PF) enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o documento, a quantia foi enviada via Pix e integra movimentações ligadas a uma vaquinha virtual organizada por Zambelli. A PF monitorou especialmente as transferências acima de R$ 500.
Movimentações financeiras sob investigação
O relatório mostra que, entre 8 e 24 de maio, Zambelli transferiu R$ 339 mil de uma conta no Itaú Unibanco para outra em seu nome na Caixa Econômica Federal. Após o início da campanha de arrecadação, o valor movimentado somou R$ 336 mil.
Os principais doadores identificados foram:
- Luciano Hang, em 20/05/2025 — empresário e cofundador da Havan.
- LCG Paschoalino Ltda., em 27/05/2025 — empresa de transporte fundada em 2017.
- Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, em 03/06/2025 — empresário, artista plástico e fundador do FAMA Museu.
Outras doações relevantes também foram registradas:
- Karina Zupelli Roriz dos Santos, secretária parlamentar de Zambelli — R$ 3.187,62.
- Antônio Aginaldo de Oliveira, marido da deputada — R$ 2.000,00.
- Cristiane de Brum Nunes Marin — R$ 2.000,00.
A PF aponta que a arrecadação foi organizada no site carlazambelli.com.br, registrado em nome da própria deputada. A campanha, chamada #JuntosComZambelli, trazia instruções de depósitos e transferências.
Família de Zambelli também atuou na vaquinha
O relatório cita a participação de familiares. A mãe, Rita Zambelli, ajudou a divulgar a arrecadação em redes como Gettr e Substack, com mensagens em português, inglês e italiano. As publicações pediam apoio financeiro, criticavam o ministro Alexandre de Moraes e convocavam manifestações contra o STF.
Prisão e extradição em Roma
Atualmente, Carla Zambelli está presa na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, Itália. A Corte de Apelação analisa se a bolsonarista permanecerá detida ou responderá em liberdade enquanto tramita o pedido de extradição feito pelo Brasil.
A deputada já foi condenada pelo STF a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso ainda passará pela CCJ da Câmara antes de seguir para o plenário.