O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, pela primeira vez, o Índice Datrix dos Presidenciáveis (IDP), ranking que avalia o desempenho digital de potenciais candidatos ao Palácio do Planalto. Criado em janeiro, o índice utiliza inteligência artificial para medir a presença de políticos em plataformas como X, Facebook, Instagram e YouTube, além de monitorar menções em influenciadores e veículos de imprensa.
De acordo com dados divulgados pela colunista Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo), Lula registrou 24,39 pontos em agosto, alta de 15% em relação a julho. O crescimento foi atribuído ao aumento de 55% no engajamento de suas redes, que passaram a funcionar como “colchão reputacional” em momentos de crise, e à maior visibilidade em páginas de outros atores políticos.
Ciro Gomes sobe e ameaça hegemonia da direita
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) saltou da sexta para a segunda colocação, com 16,62 pontos. O avanço digital do pedetista foi impulsionado pela especulação sobre uma possível filiação ao PSDB e pela melhora no engajamento de suas publicações, que subiram de 0,08% para 1,87%.
Queda brusca de Michelle Bolsonaro
Na contramão, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), líder do ranking em julho, despencou para a sétima posição, com apenas 11,88 pontos – queda de 53%. O recuo foi vinculado a notícias negativas relacionadas a investigações da Polícia Federal (PF) e a escândalos financeiros, fatores que reduziram em 55% a interação de suas páginas.
Disputa interna na direita
O IDP também apontou tensões entre governadores da direita. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) se tornaram alvos da ala mais radical do bolsonarismo.
O pior desempenho foi de Zema, que terminou agosto com pontuação negativa (-1,90). As críticas se intensificaram após declarações classificadas como xenofóbicas contra o Nordeste, o que desencadeou forte reação nas redes.
Contexto político
A virada de Lula no ambiente digital ocorre em meio à pressão internacional pelo “tarifaço” de Donald Trump (EUA) contra produtos brasileiros e à crescente disputa narrativa em torno da sucessão presidencial. O IDP reforça o peso estratégico das redes sociais como arena política e evidencia a fragilidade da direita em recompor liderança digital após a crise de Jair Bolsonaro e a queda de Michelle.