O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas diretas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao comentar o cenário eleitoral de 2026. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o petista afirmou que Tarcísio “não é nada” sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que seguirá fielmente o que o aliado determinar.
Lula ironiza candidatura de Tarcísio
Questionado sobre as movimentações da direita para a próxima disputa presidencial, Lula foi enfático:
“O Bolsonaro tem uma força na extrema-direita muito forte. É o Tarcísio. Ele vai fazer o que o Bolsonaro quiser. Até porque sem o Bolsonaro, ele não é nada, ele sabe disso.”
A fala do presidente foi uma resposta ao levantamento AtlasIntel/Bloomberg, divulgado na quinta (28), que mostrou Tarcísio numericamente à frente, mas tecnicamente empatado com Lula na disputa pelo Planalto.
Petista minimiza pesquisa
Apesar dos números, Lula relativizou o impacto:
“É muito cedo para você analisar pesquisas. A história está cheia de gente que seria eleita presidente no ano anterior e quando concorre não tem nenhum voto. Não é fácil ser candidato em um país megadiverso como o Brasil.”
O governador paulista, por sua vez, reagiu em tom de desdém à provocação presidencial:
“Nem ligo, não perco nem um minuto pensando nisso”, disse Tarcísio à CNN Brasil.
Críticas a Zema e cenário da direita
Na mesma entrevista, Lula também criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), outro nome lembrado como presidenciável.
“Eu acho que as pessoas devem se candidatar. É importante. O Zema, se ele tiver a performance que ele teve no Roda Vida, vai ser um desastre para ele”, ironizou.
O presidente afirmou ainda que a direita deve lançar vários nomes: Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Júnior (PSD) e outros. “Quanto mais candidato aparecer, melhor”, completou.
Reeleição em 2026
Lula voltou a dizer que só disputará a reeleição se tiver convicção da vitória:
“Se eu for candidato, pode ter certeza que é para ganhar.”
Ele destacou que existem outras opções dentro e fora do PT capazes de encarar a disputa presidencial, caso decida não concorrer.
Conclusão
A entrevista de Lula reforça a avaliação de que Tarcísio depende inteiramente de Bolsonaro para se viabilizar em 2026. Ao mesmo tempo, o petista aposta no enfraquecimento de Zema e no excesso de candidatos da direita, cenário que pode fragmentar o campo conservador e fortalecer o projeto governista.