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Lula defende política externa mais ativa e altiva e diz que não precisa ser amigo de outros presidentes

Presidente discursa em cerimônia de formatura de diplomatas

Lula - Foto: José Cruz - Agência Brasil
Lula - Foto: José Cruz - Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (22), uma política externa mais ativa e altiva para o Brasil. Em discurso na cerimônia de formatura de diplomatas brasileiros no Instituto Rio Branco, em Brasília, Lula disse que outros presidentes não precisam ser seus amigos, mas que é possível chegar a um acordo.

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Principais destaques:

  • Lula defendeu que o Brasil precisa aprender a conviver com as diferenças e resolver os problemas políticos por meio do diálogo.
  • O presidente lembrou da criação do Mercosul e da Unasul, que considera importantes para a América do Sul.
  • Lula disse que o Brasil tem uma relação extraordinária com a Argentina e que foi o primeiro país que visitou como presidente.
  • O presidente defendeu que o Brasil precisa de uma política externa mais ativa e altiva.

Lula disse que, aos chefes de Estado de países da América do Sul, aconselharia que, em vez de reclamarem dos problemas políticos, devem tentar resolvê-los com diálogo e aprender a conviver com as diferenças.

“Temos que ser inteligentes e tentar resolver, tentar conversar, tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade, chegar a um acordo”, disse o presidente.

Lula valorizou a capacidade de negociação e convencimento, e em alguns momentos, a de ceder nas relações para chegar a um acordo.

Ainda sobre a América do Sul, o presidente Lula lembrou da criação do Mercosul, em 1985, pelos presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argentina, Raúl Alfonsín, para fortalecimento do comércio na América do Sul.

Lula considera que, em um período de 16 anos, a região viveu seu melhor momento. Mesmo que os países sul-americanos pensassem política e ideologicamente de formas distintas, o presidente entende que havia uma união regional.

“Éramos irmanados porque, em um determinado momento da nossa história, o povo elegeu um agrupamento de dirigentes que tinha noção de que era preciso que a gente construísse um grupo, um conjunto de países que resolvesse se fortalecer para negociar com aqueles que eram mais fortes do que nós”, disse Lula.

Após dois dias da vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina, Lula mencionou a relação que o Brasil tem com o país vizinho, desde o primeiro ano como mandatário do Brasil.

“A gente fazia muita reunião com a Argentina, porque a Argentina é um país parceiro. O Brasil tem uma relação extraordinária com a Argentina, que foi o primeiro país que eu visitei para dar uma demonstração, em 2003, de que a gente ia ter uma forte política para América do Sul”, disse Lula.

Brasil mais altivo

Aos formandos, Lula defendeu que o Brasil precisa de uma política externa mais ativa e mais altiva e confessou que tem orgulho da diplomacia brasileira.

Lula fez referência também às acusações de que o Brasil teria complexo de vira-lata, de não ter alta autoestima; não defender o que acredita e que se subordinaria a vontades de países tidos como mais importantes.

“Me baixou uma coisa que acho que tem que nortear vocês. É não esquecer o que vocês são, não esquecer o que vocês querem. Porque a gente não compra nem honra nem caráter em shopping. A gente traz de família, a gente traz de berço”, aconselhou o presidente que chorou ao falar aos novos diplomatas