Brasília (DF), 11/09/2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (11) que a ofensiva contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) deve revelar novos desdobramentos e atingir setores estratégicos do país, incluindo o mercado financeiro.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Lula destacou que a ação foi a mais ampla já realizada no Brasil contra o crime organizado:
“Nós fizemos a mais importante operação contra o crime organizado da história desse país. E vai chegar na Faria Lima. Vai pegar algumas coisas que não apareceram, porque o nosso problema contra o crime organizado é saber que eles estão metidos em todas as esferas. Estão no futebol, na política, no Judiciário, nos bancos, nas empresas. Virou uma coisa multinacional.”
Operações Carbono Oculto, Quasar e Tank
A ofensiva ocorreu em 28 de agosto e mobilizou mais de 1.400 agentes em todo o país. Foram três frentes de atuação:
- Carbono Oculto – conduzida pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal, mirou empresas de combustíveis e instituições financeiras ligadas ao PCC.
- Quasar e Tank – realizadas pela Polícia Federal em dez estados (SP, BA, GO, PR, RS, MG, MA, PI, RJ e TO), cumpriram mandados de busca, apreensão e prisão contra integrantes da facção.
O objetivo foi desarticular estruturas de lavagem de dinheiro e enfraquecer a infiltração do PCC em negócios da economia formal.
Lula critica sistema financeiro
Ao ser questionado sobre a proposta de ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, Lula rebateu críticas de desequilíbrio fiscal e direcionou ataques ao mercado financeiro:
“Esse país não tem débito fiscal. O que acontece é que os banqueiros ficam todos nervosos quando a gente anuncia benefício para o pobre. Todo mundo acha: ‘para que dar para pobre? Dá para nós, investe no sistema financeiro’. Por isso eu digo: fizemos a maior operação contra o crime organizado da história desse país.”
Crime organizado como “multinacional”
Durante visita a Manaus, Lula já havia indicado que as investigações finalmente alcançaram “o andar de cima”. Segundo ele, o PCC atua como uma multinacional, infiltrando-se em diferentes setores da sociedade, e os mais pobres são os que sofrem diretamente com o impacto da violência.
“As instituições democráticas deram uma resposta ao crime organizado, e nós vamos continuar enfrentando esse problema com todas as ferramentas do Estado”, reforçou o presidente.


