O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, entrou em contato com o chanceler Mauro Vieira para discutir o impasse comercial entre Brasil e EUA.
Segundo Lula, o telefonema representa o início de “um novo momento” nas negociações em torno do tarifaço imposto por Washington, que elevou tributos sobre produtos brasileiros.
“Agora começa um outro momento. Ainda ontem o secretário de Estado Marco Rubio ligou para o meu ministro Mauro Vieira, talvez comece a ter conversa a partir de agora. Vamos ver se a gente consegue se acertar. O Brasil não quer briga com os EUA”, disse Lula em entrevista à Rádio Piatã FM, de Salvador.
Conversa após telefonema com Trump
O contato entre os dois governos ocorre dias após a ligação telefônica entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira (7).
De acordo com o petista, Trump designou Marco Rubio para conduzir as tratativas com Mauro Vieira, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Lula evitou dar detalhes sobre o conteúdo da conversa entre Rubio e Vieira, mas afirmou estar otimista com o avanço diplomático.
“O Brasil não quer briga com os EUA”
Durante a entrevista, o presidente reforçou a disposição de manter uma relação amistosa e pragmática com Washington, apesar das divergências econômicas.
“Ele [Trump] me ligou da forma mais gentil que um ser humano pode lidar com o outro”, relatou Lula.
O presidente disse ter proposto um diálogo direto e informal com o republicano:
“Eu disse: ‘Presidente, precisamos nos tratar sem liturgia. Você me chama de você, eu chamo você de você. Somos dois senhores de 80 anos, presidimos as duas maiores democracias do Ocidente e precisamos passar para o resto do mundo cordialidade, harmonia e não discórdia e briga.’”
Encontro pode ocorrer ainda em outubro
Após o telefonema de segunda-feira, as equipes de Lula e Trump negociam uma reunião presencial. O presidente brasileiro sugeriu que o encontro aconteça na Malásia, à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), marcada para o fim deste mês.
A expectativa é que os dois governos discutam a revisão das tarifas impostas pelos EUA, que afetam setores estratégicos da economia brasileira, e parcerias tecnológicas e energéticas.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		