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Lula diz que PEC da Blindagem “não é coisa séria”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou nesta quinta-feira (18) a PEC da Blindagem aprovada pela Câmara como algo que “não é uma coisa séria”. Em declaração durante evento do PAC Seleções no Palácio do Planalto, Lula contrastou a prioridade do Congresso com as necessidades reais da população: “O que precisa ser sério é garantir prerrogativa de vida para o povo brasileiro, prerrogativa de trabalho, prerrogativa de educação” .

A crítica presidencial ocorre após a aprovação da proposta na terça-feira (16), que estabelece proteções judiciais ampliadas para deputados, senadores e presidentes de partidos — mesmo sem mandato eletivo. O texto retoma a exigência de autorização prévia do Congresso para processos penais contra parlamentares, mecanismo vigente entre 1988 e 2001 e associado à impunidade .

📌 O que a PEC da Blindagem prevê

A proposta aprovada pela Câmara inclui:

  • Autorização congressional para abertura de ações penais contra parlamentares ;
  • Voto secreto em decisões sobre prisões e processos (posteriormente derrubado por falta de quórum) ;
  • Extensão do foro privilegiado a presidentes nacionais de partidos ;
  • Prazo de 90 dias para o Congresso se manifestar sobre denúncias .

Lula destacou especialmente a extensão de benefícios a presidentes de partidos como algo “muito esquisito para a sociedade brasileira compreender” .

🏛️ Reações no Senado e no governo

A proposta enfrenta forte resistência no Senado:

  • Otto Alencar (PSD-BA), presidente da CCJ, afirmou que a PEC é “desrespeito com o eleitor” e deve ser “enterrada” ;
  • Eduardo Braga (MDB-AM) classificou o texto como “impunidade absoluta” e “retrocesso para a democracia” ;
  • Simone Tebet, ministra do Planejamento, alertou para riscos à democracia e espera rejeição pela Casa .

Líderes partidários avaliam que o clima para a proposta é “zero” no Senado, com expectativa de engavetamento na CCJ .

⚖️ Contexto político e judicial

A PEC ganhou força após:

  • condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe ;
  • Medidas cautelares contra parlamentares envolvidos em esquemas de corrupção ;
  • Pressão do Centrão por proteção contra investigações .

STF também entrou no debate:

  • Dias Toffoli deu 10 dias para a Câmara explicar a tramitação ;
  • Uma ação do deputado Kim Kataguiri questiona irregularidades processuais .

🔄 Contraste com anistia

Questionado sobre a anistia a envolvidos no 8 de Janeiro, Lula reiterou: “Anistia é com o Congresso” . Na noite de quarta (17), a Câmara aprovou o regime de urgência para um projeto sobre o tema, mas o presidente já adiantou que vetará qualquer texto que beneficie Bolsonaro .

💡 Conclusão: entre a política e o princípio

A declaração de Lula sintetiza o conflito entre:

  • Interesses corporativos do Congresso;
  • Demandas sociais por educação, trabalho e transparência.

Com resistência no Senado, questionamentos no STF e críticas de especialistas , a PEC da Blindagem dificilmente avançará — mas sua aprovação na Câmara já expôs a fratura entre as prioridades das elites políticas e as necessidades da população.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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