O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) minutos após o parlamentar escapar da cassação na Câmara. O presidente parabenizou Braga pela “vitória política” ocorrida nesta quarta-feira (10).
A expectativa inicial, no começo da tarde, era de que Glauber fosse cassado. No entanto, uma intensa mobilização do governo Lula junto ao Centrão permitiu a mudança de cenário antes da votação crucial.
Reviravolta de Última Hora: Suspensão por Seis Meses
Em um movimento de última hora, os deputados decidiram trocar a pena máxima — cassação e inelegibilidade — pela suspensão do mandato por seis meses.
Nos bastidores, parlamentares atribuíram a virada ao desgaste do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O dirigente sofreu pressão após o tumulto ocorrido na sessão de terça-feira (9), que terminou com agressões a jornalistas.
A emenda apresentada pelo PT foi aprovada com 318 votos a favor, 141 contra e 3 abstenções. A punição foi formalizada pela Resolução 32/25.
O Processo e a Agressão no Plenário
O processo contra Glauber Braga foi iniciado por uma representação do partido Novo. O deputado foi acusado de quebra de decoro por ter expulsado, com empurrões e chutes, o influenciador Gabriel Costenaro, então integrante do MBL, das dependências da Câmara em abril de 2024.
Na véspera da votação, o deputado foi retirado à força da cadeira da Mesa Diretora após se recusar a deixar o local. O ato era um protesto contra a decisão de Hugo Motta de pautar sua cassação.
Durante a ação de retirada, houve empurrões contra o parlamentar e contra jornalistas. A TV Câmara chegou a interromper a transmissão no momento da intervenção.
Ação Criminal Contra Motta na PGR
Em resposta à ação, Glauber e outros parlamentares acionaram criminalmente Hugo Motta na Procuradoria-Geral da República (PGR).
O presidente da Câmara foi acusado de ser o “mandante das ações agressivas e truculentas” da Polícia Legislativa durante a sessão da terça-feira.