Brasília – Em nova articulação internacional, Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou Vladimir Putin pela proposta de retomar negociações com a Ucrânia. O telefonema entre os presidentes ocorreu nesta quarta-feira (14), segundo informou o Palácio do Planalto. A ideia é levar russos e ucranianos a uma mesa de diálogo já nesta quinta-feira (15), em Istambul, com apoio da Turquia.
Enquanto isso, a diplomacia brasileira tenta convencer o Kremlin a garantir a presença de Putin no encontro. O gesto de Lula reforça o esforço do Brasil por uma saída negociada para a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
Lula insiste na presença de Putin nas negociações
Durante a conversa, Lula incentivou o colega russo a participar pessoalmente das negociações. Segundo nota do governo brasileiro, o petista reafirmou que “a composição das delegações de negociadores é uma prerrogativa soberana dos chefes de Estado”.
Enquanto isso, o apelo por um cessar-fogo temporário ganhou fôlego. O vice-chanceler da Ucrânia, Andrii Sybiha, revelou em rede social que pediu ao Brasil ajuda direta para garantir a presença de Putin em Istambul. Ele também reforçou o pedido por uma trégua de 30 dias no conflito.
“Reafirmei a disponibilidade do presidente Volodymyr Zelensky para se reunir com Putin e instei o Brasil a usar sua voz competente no diálogo com a Rússia”, publicou Sybiha no X, antigo Twitter.
Putin quer paz sem pré-condições, mas não confirma presença
Em pronunciamento no sábado (10), o presidente russo anunciou estar pronto para conversar “sem pré-condições” e afirmou buscar uma “paz forte e duradoura”. A proposta conta com apoio da Turquia, mas, até agora, o Kremlin ainda não confirmou a ida de Putin ao encontro.
A iniciativa russo-turca acontece em meio à pressão de europeus. França, Reino Unido, Alemanha, Polônia e Ucrânia exigem uma trégua imediata. Se a pausa humanitária não for cumprida, novas sanções contra Moscou estão no radar.
Brasil e China falam em paz, mas evitam citar cessar-fogo
Na semana passada, Lula esteve em Moscou, participando da cerimônia do Dia da Vitória Soviética. Depois seguiu para Pequim, onde Brasil e China publicaram uma declaração conjunta. O texto defende o início imediato das negociações, mas não menciona expressamente cessar-fogo ou trégua.
A nota, no entanto, enfatiza que “a única forma de pôr fim ao conflito é por meio do diálogo direto” e que qualquer acordo “deve ser duradouro, justo e vinculante para todas as partes envolvidas”.