O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (20), durante cerimônia no Palácio do Itamaraty em Brasília, que preservar a América Latina e o Caribe como uma “zona de paz” é uma prioridade absoluta do Brasil.
Lula destacou que intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que os objetivos que se pretendem evitar, em claro recado à escalada de tensões envolvendo os Estados Unidos e a Venezuela na região.
Prioridade da soberania e estabilidade regional
Na cerimônia de entrega de cartas credenciais a 28 novos embaixadores estrangeiros, Lula reforçou o compromisso brasileiro com a soberania latino-americana e a busca por soluções pacíficas para os conflitos. “Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, afirmou, ao alertar para o cenário de crescente polarização e instabilidade política na América Latina e no Caribe.
Contexto da crise no Caribe e defesa da diplomacia
O discurso ocorreu em meio à intensificação da presença militar dos Estados Unidos no Caribe, incluindo navios e submarinos próximos à costa venezuelana, ações justificadas pela luta contra o tráfico de drogas, mas fortemente criticadas por Caracas como tentativas de intervenção política.
Lula também defendeu o multilateralismo baseado na cooperação internacional, comércio justo, democracia e respeito aos direitos humanos. “O que queremos mostrar ao mundo é que precisamos fortalecer o multilateralismo, baseado na boa relação cordial, comercial, econômica e, sobretudo, pacífica. Sem ódio, sem negacionismo e sem ferir o princípio básico da democracia”, afirmou o chefe do Executivo.
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A tensão deve entrar na pauta do possível encontro entre Lula e o presidente Donald Trump durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia. As equipes dos dois países negociam a agenda para um encontro bilateral à margem do evento, o primeiro contato presencial entre os líderes desde a breve reunião na ONU. Lula pretende reiterar pessoalmente sua oposição a qualquer forma de intervenção militar na América do Sul, reafirmando a defesa da diplomacia e da paz no continente.
