Brasília – No aniversário de 61 anos do golpe militar de 1964, Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de seu governo destacaram a importância da democracia e criticaram o autoritarismo. Em postagens nas redes sociais, o presidente ressaltou a necessidade de preservar as instituições e combater retrocessos.
“Não existe desenvolvimento inclusivo sem que a voz do povo seja ouvida e respeitada. Não existe justiça sem garantir que as instituições sejam sólidas e independentes”, escreveu Lula. Ele também citou os 40 anos da redemocratização iniciada com José Sarney e reforçou que o caminho democrático será mantido: “Essa trajetória seguirá sem retrocessos.”
Ministros condenam ditadura e alertam para riscos
Integrantes do governo também se manifestaram sobre a data. Rui Costa, da Casa Civil, reforçou a necessidade de lembrar o passado: “É preciso relembrar para não repetir! O golpe ocorreu há 61 anos, mas ainda precisamos lutar pela democracia, contra o extremismo e pela justiça. Ditadura nunca mais.”
Luiz Marinho, do Trabalho, destacou as violações cometidas no período: “Ditaduras são nocivas e marcam histórias de dor e impunidade. No Brasil, tivemos torturas, assassinatos e desaparecimentos. Neste 31 de março, a palavra de ordem é: anistia, não.”
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, fez um paralelo com os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram os Três Poderes: “Hoje, comandantes de uma nova tentativa de golpe estão sendo julgados, incluindo um ex-presidente tornado réu.”
STF reforça compromisso com a democracia
O Supremo Tribunal Federal também divulgou nota destacando os danos causados pelo regime militar e a importância de preservar o Estado Democrático de Direito. “Há 61 anos, direitos fundamentais foram comprometidos no Brasil. A redemocratização veio com participação popular e culminou na Constituição de 1988”, informou o STF.
A Corte ressaltou que a memória do período é essencial para impedir novos retrocessos: “A Lei Maior restabeleceu garantias, o direito ao voto e a separação dos Poderes, fortalecendo o Estado Democrático de Direito.”
Postura das Forças Armadas
Diferente do governo anterior, as Forças Armadas decidiram não publicar notas comemorativas sobre o golpe, mantendo a postura adotada desde 2023. Durante a gestão de Jair Bolsonaro, o Ministério da Defesa e as Três Forças divulgavam mensagens nostálgicas sobre a ditadura, alinhadas ao ex-presidente.
Entenda o caso: os 61 anos do golpe militar
- O golpe de 1964 instaurou um regime militar no Brasil por 21 anos.
- Direitos civis foram suspensos e oposição política foi reprimida.
- A redemocratização começou em 1985, com a eleição de José Sarney.
- A Constituição de 1988 consolidou a democracia no país.
- O governo Bolsonaro celebrou a data em anos anteriores, gerando críticas.
- Lula e ministros reforçaram a necessidade de lembrar o período para evitar novos golpes.