O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem a Nova York para abrir a Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23), comentou neste domingo (21) as manifestações que reuniram milhares de pessoas em todo o Brasil contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia.
Em publicação no X, Lula declarou apoio aos manifestantes:
“Estou do lado do povo brasileiro. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro.”
Mobilização em diversas capitais
A Avenida Paulista, em São Paulo, registrou o maior ato contra a PEC da Blindagem desde o início da tramitação da proposta. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político da USP em parceria com a ONG More in Common, 42,4 mil pessoas participaram.
Protestos também ocorreram no Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Teresina, Maceió e Natal, reunindo artistas, parlamentares e movimentos sociais. Os atos foram marcados por músicas, discursos e faixas contrárias à anistia dos golpistas de 8 de janeiro e à blindagem de parlamentares.
PEC da Blindagem e anistia em debate
A PEC da Blindagem, já aprovada na Câmara, é criticada por dificultar a abertura de processos contra parlamentares. O projeto de anistia, por sua vez, busca reduzir ou perdoar penas de envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
Para Lula, as manifestações deixam claro que a sociedade rejeita qualquer tentativa de impunidade. Ele reforçou que o Congresso deve priorizar políticas públicas em benefício da população, e não propostas que favoreçam políticos investigados.
Pressão às vésperas da ONU
A fala de Lula ocorre na véspera de seu discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU, em que abordará desigualdade social, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e democracia.
A manifestação pública de apoio aos atos amplia a pressão sobre o Congresso, que nesta semana retoma as discussões sobre a PEC da Blindagem e a anistia.