A brasileira Rosana Maciel Gomes, 52 anos, foi deportada nesta quarta-feira (27) pelos Estados Unidos, após ter sido detida por imigração ilegal. Condenada a 14 anos de prisão por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023, ela se tornou a segunda fugitiva do golpe a ser enviada de volta ao Brasil.
A fuga e a prisão
Rosana foi capturada em janeiro de 2025 na fronteira entre EUA e México, após percorrer mais de 10 mil quilômetros em uma rota de fuga que incluiu Uruguai, Argentina, Colômbia e México.
Ela ficou meses detida em uma penitenciária do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), onde relatou más condições de encarceramento. Em entrevista ao UOL, chegou a afirmar que ficou três dias sem atendimento médico durante uma crise pulmonar:
“Quase morri. Eles não me deram socorro”, disse à época.
A decisão da Justiça brasileira
Em maio de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a inclusão do nome de Rosana na difusão vermelha da Interpol, o que acelerou sua captura e deportação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também havia pedido medidas urgentes para garantir seu retorno ao Brasil.
Condenada por crimes como golpe de Estado, associação criminosa e danos ao patrimônio público, Rosana nega ter destruído bens durante os ataques e afirma que ficou em choque ao ver a depredação no Palácio do Planalto.
Rede de fugitivos
Rosana não é caso isolado. Após os ataques de 8 de janeiro, dezenas de condenados e investigados fugiram para países vizinhos, principalmente a Argentina, onde mais de 180 pediram asilo alegando perseguição política.
Com o endurecimento das ações argentinas, incluindo prisões para extradição, muitos migraram para outros destinos, como Chile, México e América Central. Algumas ainda estão presas aguardando julgamento de extradição, enquanto outras continuam em situação irregular no exterior.