Brasília — 8 de agosto de 2025 — A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) defendeu publicamente a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) após a parlamentar levar a filha de quatro meses ao plenário da Câmara dos Deputados durante um motim da oposição contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação gerou reação imediata do deputado Reimont (PT-RJ), que acionou o Conselho Tutelar por considerar que a criança foi exposta a riscos.
Defesa no tom eleitoral
Em vídeo nas redes sociais, Michelle Bolsonaro classificou a denúncia como uma tentativa de separar mãe e filha. Ela afirmou que, em pleno mês de combate à violência contra a mulher e incentivo à amamentação, Zanatta foi atacada “em suas duas naturezas mais sagradas: de mulher e de mãe”.
Segundo Michelle, a deputada estava “trabalhando pelo Brasil” e amamentando a filha no local de trabalho. A ex-primeira-dama comparou o caso a situações envolvendo parlamentares de esquerda que, segundo ela, não receberam críticas semelhantes.
Conflito político e jurídico
Reimont, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, alegou que Zanatta “ocupou de forma irregular e confrontacional a mesa diretora”, caracterizando o ato como um motim político. No ofício enviado ao Conselho Tutelar de Brasília, ele citou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para sustentar que a criança foi colocada em ambiente de “instabilidade e risco físico”.
Reação de Júlia Zanatta
Em resposta, Júlia Zanatta afirmou que as críticas não visam proteger sua filha, mas “inviabilizar o exercício profissional de uma mulher usando sim uma criança como escudo”. A declaração foi publicada no X (antigo Twitter) e rapidamente dividiu opiniões nas redes sociais.
O episódio acirrou o embate entre governo e oposição, com aliados de Bolsonaro tratando o ato como resistência política e críticos apontando exposição indevida de menores em confrontos legislativos.
A defesa do absurdo:
O caso evidencia a escalada da estratégia bolsonarista de transformar ações de confronto institucional em narrativas de perseguição pessoal, explorando pautas sensíveis para reforçar mobilização política. Resta saber se a disputa será resolvida apenas no campo da retórica ou se abrirá novas frentes jurídicas contra os envolvidos.