Brasília, 23 de agosto de 2025 – A Polícia Federal (PF) apontou indícios de envolvimento de Michelle Bolsonaro, do pastor Silas Malafaia, de Heloísa e Fernanda Bolsonaro e de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em movimentações financeiras e estratégias políticas suspeitas, segundo relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de agosto, com informações da Folha de S.Paulo.
Relatório detalha atuação de familiares e aliados
O documento de 170 páginas indica que Malafaia trocou mensagens com Bolsonaro sobre pressões políticas em favor de anistia, resultando na apreensão de celular e passaporte por ordem do STF. Michelle e Heloísa Bolsonaro teriam intermediado valores entre pai e filho, possivelmente para ocultar a origem de recursos ilícitos.
Além disso, Fernanda Bolsonaro é citada por elaborar rascunho de pedido de asilo político ao presidente argentino Javier Milei, reforçando suspeitas de articulação internacional. O relatório ainda menciona o influencer Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, como parte das movimentações.
Acusações e implicações legais
O relatório indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo, obstrução de Justiça, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e atentado à soberania nacional. A Procuradoria-Geral da República (PGR) poderá arquivar, solicitar novas diligências ou apresentar denúncia formal contra os investigados.
O caso se soma ao inquérito da tentativa de golpe de 2022 e 2023, quando Bolsonaro e aliados foram acusados de articular, dentro e fora do país, estratégias para deslegitimar eleições e pressionar por ruptura institucional. Segundo a PF, Eduardo Bolsonaro atuou nos Estados Unidos para influenciar autoridades estrangeiras e reforçar apoio ao pai no Brasil.
