Brasília – Uma análise da AM4 Brasil Inteligência Digital indicou que 31% das postagens com a hashtag #EleicaoSemJBEGolpe, relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentavam padrões automatizados. O estudo monitorou 90 mil menções entre 24 e 31 de março, identificando o uso de robôs para amplificar a defesa de Bolsonaro e atacar decisões do STF.
Uso de robôs e o impacto nas redes
A pesquisa apontou que a hashtag, que contesta a inelegibilidade de Bolsonaro em 2026, concentrou-se principalmente no X (antigo Twitter), correspondendo a 47% das postagens analisadas. Em 25 de março, às 14h30, houve um pico de 54 mil menções, tornando-se um dos assuntos mais comentados da plataforma.
Segundo a AM4, os 31% de postagens automatizadas apresentavam padrões claros, como linguagem repetitiva e baixa interação com outros usuários. Ao mesmo tempo, 23% das postagens partiram de críticos de Bolsonaro, que responderam ativamente às publicações favoráveis ao ex-presidente.
Posicionamentos sobre o julgamento
O levantamento também revelou que 18% das postagens defendiam a responsabilização de Bolsonaro e seus aliados, enquanto 19% mantiveram um tom neutro. Entre os termos mais citados na discussão estavam:
- “Como votou cada ministro”
- “STF”
- “Bolsonaro réu”
Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino foram os mais mencionados, sendo Moraes o principal alvo de críticas de bolsonaristas, enquanto Zanin e Dino foram citados por suas nomeações pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Expansão do debate para outras redes
A discussão ultrapassou o X e alcançou também o Instagram (37%) e o Facebook (16%), onde narrativas semelhantes foram replicadas. A AM4 destacou que o uso de contas automatizadas não é exclusivo de um grupo político, mas, neste caso, foi utilizado para fortalecer a defesa de Bolsonaro e atacar decisões do STF.
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Entenda o caso: Robôs e a influência na política digital
- Julgamento no STF: Bolsonaro tornou-se réu por tentativa de golpe de Estado.
- Automatização: 31% das postagens favoráveis ao ex-presidente tinham padrões de bots.
- Engajamento: O tema gerou 90 mil menções entre 24 e 31 de março.
- Redes sociais: X foi a principal plataforma, seguido por Instagram e Facebook.
- Principais alvos: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino receberam mais citações.