O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou nesta quinta-feira (2) que a Polícia Federal (PF) investigue as graves ameaças recebidas pelo também ministro Flávio Dino. A decisão inclui a determinação para que as plataformas Meta, TikTok, X e YouTube forneçam, em até 48 horas, os dados cadastrais dos mais de 50 perfis responsáveis pelas intimidações.
Inquérito das Milícias Digitais e a Conexão com o Golpe
As ameaças a Dino foram integradas ao Inquérito das Milícias Digitais porque, segundo Moraes, elas “estão abrangidas pelo objeto desta investigação”. A decisão endossa a sugestão da PF, que identificou uma “eventual conexão” entre o comportamento dos agressores e a organização criminosa digital investigada pelo STF.
As intimidações contra Dino começaram imediatamente após ele proferir seu voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento do Núcleo 1 da tentativa de violação do Estado Democrático de Direito.
Moraes justificou a inclusão, reiterando o objetivo do inquérito:
“Este inquérito foi instaurado em virtude da presença de indícios e significativas provas apontando a existência de uma organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito.”
Obstáculo ao Desempenho Público
O ministro Flávio Dino havia solicitado a investigação, alegando que, após o seu voto no “regular cumprimento da função pública que exerço, passei a ser destinatário de graves ameaças contra a minha vida e integridade física, veiculadas via internet”.
A Polícia Federal corroborou a gravidade da situação, alertando que “tais comportamentos têm o condão de causar temor real nas vítimas e, consequentemente, obstaculizar o desempenho independente e imparcial de suas funções enquanto agentes públicos”. A decisão de Moraes reforça a linha de que ataques à honra e à integridade de agentes públicos ligados à investigação de atos golpistas são tentativas de desestabilização da Justiça.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		