Motta contradiz mentiras de Bolsonaro: “Somos um país democrático”

Sessão solene marca 40 anos da redemocratização enquanto aliados de Bolsonaro alegam perseguição
19 de março de 2025
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© Lula Marques/Agência Brasil
© Lula Marques/Agência Brasil

Brasília – Durante a sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos 40 anos da redemocratização, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu a narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados sobre suposta censura e perseguição política no Brasil.

“Não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou Motta.

A declaração contraria a versão de Bolsonaro, que alega sofrer perseguição política após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na ocasião, apoiadores de Bolsonaro bloquearam rodovias e acamparam em quartéis pedindo intervenção militar. O movimento culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

Eduardo Bolsonaro fala em asilo político

A polêmica cresceu após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, anunciar que pretende se licenciar do mandato e buscar asilo político nos Estados Unidos. Ele afirmou que teme ser preso devido à suposta perseguição política no Brasil.

Para Jair Bolsonaro, a situação do filho comprovaria que o Brasil “já não é uma democracia”. No entanto, Eduardo não é alvo de inquéritos sobre a tentativa de golpe e tampouco foi denunciado pela PGR. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido do PT para reter o passaporte do parlamentar e abrir investigação sobre ele.

STF e governo acompanham debate

A sessão solene na Câmara contou com a presença de ministros do STF, como Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, representou o governo federal. Também houve homenagem ao ex-presidente José Sarney (MDB), o primeiro a governar o Brasil após a ditadura militar (1964-1985).

As celebrações ocorrem em meio à discussão sobre um projeto de lei que pode anistiar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.


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Entenda o caso: as investigações sobre a tentativa de golpe

  • A PGR acusa Bolsonaro de tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
  • A suposta trama golpista incluía ameaças ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
  • Generais e militares foram pressionados para apoiar a tentativa de golpe.
  • O STF marcou para os dias 25 de março e 4 de abril as primeiras sessões de julgamento do caso.
  • Bolsonaro e aliados negam as acusações.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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