Brasília – O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou, em entrevista à Folha na terça-feira (18), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o nome mais forte da direita para a eleição presidencial de 2026. A afirmação ocorre enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece inelegível e enfrenta denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Poucas horas após a declaração de Nikolas, a PGR denunciou Bolsonaro e outros 33 investigados por tentativa de golpe de Estado entre 2021 e 2023. O deputado mencionou que, caso Bolsonaro continue impedido de concorrer, Tarcísio pode receber seu apoio.
Nikolas Ferreira vê Tarcísio como sucessor natural
Durante a entrevista, Nikolas enfatizou a proximidade de Tarcísio com Bolsonaro e sua atuação no governo paulista. Segundo ele, esses fatores o colocam como o principal candidato da direita.
“Acredito que seja o Tarcísio, pela proximidade com o Bolsonaro, pela atuação no governo de São Paulo e pela sua capacidade. Óbvio, ele vai enfrentar algumas questões com a direita, como sua relação com [Gilberto] Kassab. A direita tem, no mínimo, uma resistência com essas figuras históricas que não nos trazem boas recordações. Mas acho ele extremamente capacitado e com a possibilidade do aval do Bolsonaro para concorrer à Presidência da República”, disse Nikolas.
Denúncia contra Bolsonaro e aliados
Na terça-feira (18), a PGR denunciou Bolsonaro e outros aliados, acusando-os de planejarem um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Segundo as investigações, o plano incluía a prisão de autoridades e até a eliminação física de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal (PF) apontou que o esquema contava com apoio de militares e de CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores). As informações foram confirmadas por delações premiadas, incluindo a do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. O depoimento de Cid foi divulgado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nikolas critica investigações
O deputado classificou as denúncias contra Bolsonaro como perseguição política e minimizou os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes.
“Uma perseguição, claro. Para mim, de fato, não tem nenhum tipo de substância de golpe. É algo completamente fictício. Como é que não há uma arma no evento que é um golpe? Não há uma hierarquia?”, questionou.
“Não foi apreendido nenhum tipo de arma de fogo. Não teve uma morte, não teve absolutamente nada nesse sentido. Existiu um crime de depredação de patrimônio público, como a esquerda cansou de fazer ao longo da história dela. Então, ou todo mundo tem que ir para cadeia com 17 anos [de pena], ou ninguém tem que ir”, afirmou Nikolas.