O Consórcio de Integração Sul Sudeste (Cosud) reuniu governadores de sete estados na Casa Firjan, em Botafogo, nesta sexta-feira (05). O evento, presidido pelo governador Cláudio Castro (PL), focou em segurança pública, educação, tecnologia e inovação, com duras críticas à atuação do Governo Federal.
O debate central do dia foi o uso de tecnologia e inteligência em ações de segurança. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), enfatizou a importância da integração: “Sem dúvida alguma são esses os pilares que façam com que possamos atingir o máximo de segurança em nossos estados”.
Elogios à chacina da Penha
Caiado elogiou abertamente a megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes, a mais letal da história: “Foi um sucesso, sem nenhum inocente atingido. Mostra o quanto essa operação foi, sem dúvida nenhuma, muito bem programada”, destacou.
Apesar da investigação do MPRJ por peculato e furto qualificado contra seis PMs que teriam roubado fuzis para revenda durante a operação, o Procurador-Geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, também defendeu a ação. Ele afirmou que houve um confronto de 14 horas entre forças de segurança e um “exército de delinquentes”.
“Não podemos aceitar narrativas e ativismo politico-ideológico sem conexão com os fatos”, disse Campos, rechaçando as críticas às operações.
Críticas à União e às leis
O governador Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, reclamou da postura do Governo Federal: “Vejo o governo federal se esquivando da sua responsabilidade, como a partir da proposta da PEC da Segurança. O governo precisa assumir sua responsabilidade, não imputar aos estados.”
Leite defendeu o endurecimento das leis, sugerindo a revisão da progressão de regime, e criticou ações que “miram apenas um aspecto do enfrentamento”, como nas operações contra as fintechs em São Paulo.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), criticou a legislação atual e pediu foco nas fronteiras: “O governo federal tem que cuidar desses pontos. Não fuja da responsabilidade, governo federal, não fique criando PEC. Não tem que ficar criando mais leis, a gente fica embolado com as leis que têm. Tem que ter uma reforma, como na progressão de pena.”
Ronaldo Caiado endossou a crítica, afirmando que o avanço territorial das facções criminosas pode tirar a soberania do país e que o governo federal não oferece o apoio necessário na defesa das fronteiras.
O deputado federal Zucco (PL) também elogiou a megaoperação de Cláudio Castro, chamando-a de “a mais exitosa da história da segurança pública”, e prometeu levar temas como progressão de pena e audiência de custódia para endurecer a legislação na Câmara dos Deputados.
