São Paulo, 24 de junho de 2025 – O pastor bolsonarista Nicoletti, da Igreja Recomeçar, viralizou nas redes sociais após declarar que “odeia pobres” e atacar o presidente Lula (PT) em um discurso marcado por intolerância e discursos de ódio.
Pastor declara “ódio aos pobres” e faz apologia à intolerância
Durante um culto transmitido nas redes sociais, Nicoletti, pastor bolsonarista da Igreja Recomeçar, afirmou publicamente que “odeia pobres” e que dar esmola seria o mesmo que “patrocinar a escravidão”.
“O pobre não é só pobre financeiramente. Ele é vítima de quem fez ele ficar pobre. E ele acha que o mundo deve para ele. Eu odeio pobre. Jesus nunca foi pobre. Se te falaram isso, mentiram”, declarou, em tom agressivo.
O discurso, recheado de frases típicas do universo de coaches, defende que a pobreza não é uma questão social, mas individual. “Jesus nunca deu uma esmola na vida. Ele mudou a mentalidade das pessoas. Dar esmola patrocina a escravidão. Em vez de dar esmola, traz a pessoa três dias aqui. Você vai ver, vai mudar a vida dela”, completou, misturando pregação religiosa com retórica de autoajuda.
Alvo de ataques, Lula é chamado de “ladrão” e “nove dedos”
O ataque ao presidente Lula (PT) veio na sequência, com o pastor utilizando o púlpito para propagar ofensas e fake news. Nicoletti chamou o presidente de “ladrão” e usou a expressão pejorativa “nove dedos” para se referir a ele.
“Todo ladrão tem o discurso de ajudar o pobre. Só que não é só o ‘nove dedos’, não. Tem muito cristão ladrão dentro da igreja também. Rouba do altar e critica a corrupção lá fora, mas é corrupto aqui dentro”, afirmou, ampliando seus ataques a líderes religiosos e fiéis.
Discurso de ódio escancara preconceito e manipulação religiosa
As falas do pastor não apenas promovem preconceito contra pessoas em situação de pobreza, mas também desvirtuam princípios básicos da própria doutrina cristã, como a compaixão, a empatia e a solidariedade.
Ao responsabilizar os próprios pobres por sua condição social e atacar políticas públicas de distribuição de renda, Nicoletti reforça uma visão elitista, que ignora as desigualdades estruturais da sociedade brasileira.
O discurso também escancara a instrumentalização da fé para fins políticos, utilizando a retórica religiosa como plataforma para ataques pessoais, desinformação e propaganda bolsonarista.
Diário Carioca repudia discurso de ódio
O Diário Carioca reforça seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, da dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade e da liberdade religiosa sem manipulações políticas. O jornal considera inadmissível que líderes religiosos utilizem o altar para disseminar preconceitos, discursos de ódio e ataques à democracia.
O Carioca Esclarece
A Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa, mas veda qualquer discurso que promova ódio, discriminação ou preconceito, seja ele de natureza social, política, racial ou econômica.
FAQ – Perguntas Frequentes
Quem é o pastor Nicoletti?
Nicoletti é líder da Igreja Recomeçar e apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ficou conhecido por utilizar o púlpito para disseminar discursos de ódio e ataques políticos.
O que o pastor falou sobre os pobres?
Declarou que “odeia pobres” e que “dar esmola patrocina a escravidão”, culpabilizando as próprias vítimas pela condição de pobreza.
É crime pregar esse tipo de discurso?
Discursos que promovem ódio, discriminação e preconceito podem ser enquadrados como crime, configurando incitação à discriminação e violação dos direitos humanos, segundo a legislação brasileira.
