O PL da Dosimetria voltou a esquentar o debate na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23), com o relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), iniciando uma série de reuniões com bancadas partidárias.
O objetivo é consolidar um texto que trate da redução de penas para os condenados pelos atos golpistas de 2022, mas sem abrir espaço para anistia ampla.
Segundo Paulinho, a intenção é encontrar um “meio-termo” que unifique a Casa.
“No meu texto está redução de penas. Nesse caminho é que estamos trabalhando. Vou ouvir e vou sentir o meio-termo da Casa”, afirmou.
Leia Também
Embate com o PL
O primeiro encontro foi com a bancada do PL, maior grupo da Câmara, e registrou confrontos sobre a proposta. Parlamentares da legenda defenderam anistia ampla e irrestrita.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que não é papel do Parlamento reduzir penas, enquanto o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a medida como inconstitucional.
“O relator é livre para fazer o texto que ele quer. Nós não vamos abrir mão da anistia”, afirmou Sóstenes.
Além disso, integrantes do PL convidaram Paulinho a visitar familiares de presos do 8 de janeiro, compromisso que o relator aceitou agendar.
Apoio de Republicanos e MDB
Paulinho da Força também se reuniu com Republicanos e MDB, buscando construir consensos.
O líder republicano, Gilberto Abramo (Republicanos-MG), apresentou proposta alternativa à anistia, visando pacificação política. Já o MDB se posicionou unanimemente a favor da redução de penas.
O relator pretende ouvir outras bancadas, incluindo PT, União Brasil, PP e PSDB, em encontros programados para esta quarta-feira (24), antes de apresentar um texto consolidado.
“Acho que vamos construir maioria para virar essa página rapidamente”, declarou.
Polarização e articulação
A resistência à anistia mostra que a votação do PL da Dosimetria deverá aprofundar a polarização política, mas também evidencia esforços de articulação para alcançar um consenso mínimo que permita ao Congresso encerrar a disputa sobre o tema.
