São Paulo, 10 de julho de 2025 — Manifestantes de movimentos sociais e partidos de esquerda ocuparam a Avenida Paulista para protestar contra a jornada 6×1, a derrubada do decreto sobre o IOF e o tarifaço de Trump contra o Brasil.
Trabalhadores nas ruas contra retrocessos
A Avenida Paulista voltou a pulsar com vozes de resistência na tarde desta quinta-feira (10). Um ato organizado por centrais sindicais, movimentos populares e partidos progressistas bloqueou ao menos duas pistas da via, com concentração em frente ao MASP. As faixas foram tomadas por faixas, tambores e cartazes contra a jornada de trabalho 6×1 e em defesa da taxação dos super-ricos — duas pautas empacadas pelo Legislativo.
O protesto se ampliou diante da notícia da nova taxação imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. A tarifa de 50% anunciada por Donald Trump provocou indignação entre os manifestantes, que passaram a denunciar o que chamaram de “submissão bolsonarista” às agressões externas.
Jornada 6×1 no centro do alvo
Um dos principais motes do ato foi o fim da jornada de trabalho exaustiva — seis dias consecutivos com apenas um de descanso. O modelo, predominante em setores como comércio e serviços, foi duramente criticado por líderes sindicais presentes.
“Essa jornada é um instrumento de exploração cruel, que rouba saúde, tempo e dignidade dos trabalhadores. Quem defende isso está defendendo o lucro acima da vida”, afirmou Mariana Lemos, dirigente da CUT-SP.
Congresso barra decreto do IOF e desagrada movimentos
Outro alvo da manifestação foi o recuo do Congresso diante do decreto do Governo Federal que reduzia a alíquota do IOF, aliviando o custo de operações de crédito. Deputados e senadores aliados do setor financeiro conseguiram derrubar a medida.
Para os manifestantes, a decisão foi mais um capítulo da “política de sabotagem” contra propostas de justiça tributária apresentadas pelo governo Lula.
Taxação de super-ricos ganha apoio popular
A defesa da taxação sobre grandes fortunas apareceu em todos os discursos. “Não é justo que o trabalhador pague imposto no arroz, no feijão e no gás, enquanto os bilionários escondem fortunas em paraísos fiscais sem pagar um centavo”, bradou João Santos, do MTST.
Parlamentares da base governista também compareceram ao protesto e prometeram manter a pressão por uma reforma tributária progressiva.
Trump vira alvo de cartazes e palavras de ordem
A entrada de Donald Trump no centro do ato se deu de forma espontânea. Após o anúncio da tarifa de 50% contra produtos brasileiros, cartazes com dizeres como “Trump, tire as mãos do Brasil” e “Aqui não tem vassalos” passaram a circular entre os manifestantes.
Oradores acusaram a extrema-direita brasileira de agir como “quinta-coluna” a serviço de interesses estrangeiros. “Eduardo Bolsonaro foi aos EUA pedir sanções contra o próprio país. Isso tem nome: traição à pátria”, disse a vereadora Luana Alves (PSOL).
O Diário Carioca Esclarece
- Jornada 6×1: regime que prevê seis dias consecutivos de trabalho para um de folga.
- Decreto do IOF: medida do Executivo que foi derrubada pelo Congresso, mantendo a alíquota atual.
- Tarifa de Trump: medida unilateral que impõe 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA.
- Taxação dos super-ricos: proposta defendida por movimentos sociais e economistas ligados ao governo.
FAQ (Perguntas Frequentes)
Quem organizou o protesto na Avenida Paulista?
Centrais sindicais, movimentos populares e partidos de esquerda.
Quais pautas foram defendidas no ato?
Fim da jornada 6×1, taxação de super-ricos, manutenção da redução do IOF e repúdio ao tarifaço de Trump.
O protesto teve apoio de parlamentares?
Sim. Deputados e vereadores da base progressista participaram e discursaram no ato.
