PF encontra propina que liga prefeito tiktoker da direita à igreja evangélica

10 de abril de 2025
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O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado de Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba (SP). Foto: reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado de Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba (SP). Foto: reprodução

SorocabaRodrigo Manga, prefeito bolsonarista tiktoker de Sorocaba (SP), entrou na mira da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de propina ligado à igreja Cruzada de Milagres, onde atuava como missionário até 2017. A investigação aponta repasses de dinheiro irregular para a instituição religiosa, que tem como uma das líderes a irmã de sua esposa.

A operação, deflagrada nesta quinta-feira (10), investiga contratos suspeitos entre a prefeitura e a Aceni, organização responsável pela gestão de uma UPA, com possíveis desvios de verbas públicas da saúde. A PF identificou depósitos em dinheiro e transações imobiliárias ligando o prefeito a parentes e amigos próximos.

PF mira desvio de recursos da saúde

As buscas ocorreram em 12 cidades e atingiram imóveis de investigados ligados à prefeitura. O foco principal está em um contrato sem licitação firmado em 2021 com a Aceni. A organização social recebeu autorização para administrar uma Unidade de Pronto Atendimento, mas a PF afirma ter identificado irregularidades.

A quebra de sigilos bancários mostrou movimentações atípicas, incluindo repasses à igreja Cruzada de Milagres. A instituição tem entre seus líderes a irmã da esposa de Rodrigo Manga, o que levanta suspeitas de favorecimento e lavagem de dinheiro.

Igreja e aliados no centro da investigação

Além de Manga, a investigação atinge outros nomes. A PF incluiu no inquérito:

  • Sergio Peralta, presidente da Aceni
  • Paulo Korek de Farias, sócio da AP Engenharia Clínica e dirigente do clube Água Santa
  • Anderson Luis Santana, outro sócio da empresa, com histórico criminal por tráfico de drogas

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens dos envolvidos e proibiu a Aceni de firmar novos contratos com a administração pública.

Manga ironiza operação e cita candidatura

Durante a ação da Polícia Federal em sua casa, Rodrigo Manga publicou um vídeo nas redes sociais, ironizando a operação. Conhecido como “prefeito tiktoker”, ele exibiu objetos domésticos e brinquedos, afirmando: “Acharam algumas coisas aqui. Bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que o meu filho tanto ama”.

Ele associou a operação a uma suposta reação política ao seu crescimento nas redes sociais e à sua pré-candidatura à Presidência em 2026, mas não mencionou que é investigado pela PF desde 2022.

Acusações anteriores contra o prefeito

Esta não é a primeira vez que o nome de Rodrigo Manga aparece em investigações. Ele já responde a:

  • Acusações de superfaturamento na compra de materiais escolares
  • Fraudes em licitações públicas
  • Quatro inquéritos por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção

Apesar disso, ele segue com visibilidade nacional e aparece em pesquisas como potencial candidato ao governo de São Paulo ou à Presidência, caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível.

Prefeitura fala em perseguição

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba afirmou que a operação tem motivação política. A gestão municipal citou “forças ocultas” tentando minar a projeção nacional do prefeito.

Rodrigo Manga é aliado de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo mesmo partido, Republicanos.

Entenda o caso

  1. Rodrigo Manga é investigado pela PF desde 2022.
  2. A operação apura desvio de verbas da saúde via contrato com a Aceni.
  3. A igreja Cruzada de Milagres, ligada à família do prefeito, teria recebido parte do dinheiro.
  4. A Justiça bloqueou R$ 20 milhões em bens dos envolvidos.
  5. Manga se defende com vídeos nas redes e associa a ação à política nacional.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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