domingo, 21/12/25 - 08:56:21
24.8 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaPGR pede ao STF reabertura de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na...
Ingerências

PGR pede ao STF reabertura de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

Pedido de Paulo Gonet retoma suspeitas levantadas por Sergio Moro sobre uso político da Polícia Federal no governo Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta quarta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura do inquérito que apura a Interferência De Bolsonaro Na PF.

O caso, arquivado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras, volta à pauta após o atual chefe da PGR, Paulo Gonet, afirmar ser necessário investigar com maior profundidade se houve uso indevido da Polícia Federal para proteger familiares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


De Moro ao STF: o caso que expôs a crise no governo Bolsonaro

A investigação teve origem nas declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, hoje senador (União-PR). Em abril de 2020, Moro acusou Bolsonaro de tentar influenciar politicamente a Polícia Federal, buscando acesso a informações sigilosas e pressionando pela troca do então diretor-geral da corporação, Mauricio Valeixo.

“O presidente deixou claro que desejava alguém de sua confiança na PF, alguém com quem pudesse ter acesso direto a relatórios e investigações”, afirmou Moro ao deixar o governo.

A demissão de Valeixo detonou uma das maiores crises institucionais do mandato de Bolsonaro, com impacto direto na relação entre o Executivo e o sistema de Justiça. À época, o STF autorizou a abertura de inquérito para apurar as acusações, mas o caso acabou arquivado em 2023 por decisão de Aras, que alegou falta de provas materiais.

Mais Notícias

Alexandre de Moraes autoriza cirurgia de Jair Bolsonaro

Ministro do STF libera procedimento eletivo, envia autos à PGR e reafirma ausência de requisitos para prisão domiciliar

Milagre: Sóstenes Cavalcante declarou R$ 4,9 mil em bens em 2022; PF apreendeu R$ 430 mil

Líder do PL disse que dinheiro vivo encontrado em casa seria resultado da venda de um imóvel e que não houve tempo para depósito bancário.

Agora, o novo pedido da PGR reaviva o episódio e pode devolver o tema ao centro da agenda política e jurídica de Brasília.


Paulo Gonet quer ampliar a apuração

O procurador-geral Paulo Gonet defende que é necessário “verificar com maior amplitude” as supostas interferências, incluindo o uso de estruturas do Estado para acesso indevido a dados e manipulação de investigações.

O documento enviado ao STF menciona também possíveis ligações entre o caso e outras investigações em curso sobre organizações criminosas digitais que atacaram autoridades e instituições, com uso da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

“Os elementos reunidos indicam a conveniência de reabrir a investigação para análise integrada de fatos que podem configurar abuso de poder político”, afirma o despacho assinado por Gonet.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já havia questionado em maio de 2024 se o novo procurador-geral manteria o arquivamento decidido por Aras. Com o novo posicionamento, o Supremo deve decidir nos próximos dias se o inquérito será oficialmente retomado.


Impactos políticos e jurídicos da reabertura

A Interferência De Bolsonaro Na PF sempre foi tratada como um símbolo do conflito entre o bolsonarismo e as instituições republicanas. Para analistas, a reabertura do inquérito pode reforçar a linha de responsabilização de ex-integrantes do governo e abrir caminho para novas denúncias de abuso de poder e obstrução de Justiça.

Além disso, a investigação pode revelar vínculos entre a tentativa de controle da PF e o aparato de espionagem paralelo montado em órgãos do Executivo para monitorar adversários políticos, magistrados e jornalistas.

Nos bastidores do Planalto e do Congresso, a decisão da PGR é vista como uma virada institucional significativa, sinalizando que Gonet pretende resgatar o papel de independência do Ministério Público após anos de omissão.

“Trata-se de uma medida necessária para restabelecer a confiança pública nas instituições e no próprio Ministério Público”, avaliou um procurador ouvido sob reserva.


Evaristo De Paula
Evaristo De Paulahttps://www.diariocarioca.com/
Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Alexandre de Moraes autoriza cirurgia de Jair Bolsonaro

Ministro do STF libera procedimento eletivo, envia autos à PGR e reafirma ausência de requisitos para prisão domiciliar

Milagre: Sóstenes Cavalcante declarou R$ 4,9 mil em bens em 2022; PF apreendeu R$ 430 mil

Líder do PL disse que dinheiro vivo encontrado em casa seria resultado da venda de um imóvel e que não houve tempo para depósito bancário.

STM abre processo para avaliar indignidade de Bolsonaro

Corte militar admite representação apresentada por Natália Bonavides e inicia tramitação para avaliar indignidade de oficiais condenados por tentativa de golpe.

Renan chama o irmão Carlos Jordy de Vagabundo e Traficante após ação da PF

No vídeo, Renan amplia as críticas e relata episódios do passado do irmão

Sóstenes diz que os mais de R$ 400 mil apreendidos pela PF são de venda de imóvel

Deputado afirma que dinheiro encontrado em casa estava lacrado e identificado; PF investiga desvio de cotas parlamentares por meio de contratos simulados.

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas