O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (19) que apresentará seu pedido de demissão. Filiado ao União Brasil, Sabino é deputado federal pelo Pará e retornará à Câmara após dois anos à frente da pasta.
A decisão ocorre após a cúpula do União Brasil aprovar, na quinta-feira (18), uma resolução que determinou prazo de 24 horas para que filiados deixem cargos no governo. O partido, que já vinha acumulando divergências políticas e eleitorais com o Palácio do Planalto, formalizou o desembarque da base governista.
União Brasil rompe com Lula
O ultimato foi justificado por dirigentes como reação a reportagens que apontaram suposta ligação do presidente da sigla, Antonio de Rueda, com o Primeiro Comando da Capital (PCC) — denúncias que ele nega. O União Brasil acusou o governo federal de utilizar a máquina pública para desgastar politicamente seu comando.
Na nota oficial, o partido destacou que membros que não cumprirem a resolução poderão sofrer punições disciplinares, incluindo a expulsão.
Conversa com Lula
Na manhã desta sexta, Sabino se reuniu com Lula no Palácio da Alvorada. Segundo relatos, explicou que, embora quisesse permanecer no cargo até a realização da COP30, em novembro, em Belém, sua permanência se tornara inviável.
Ele pediu ao presidente que pudesse participar de algumas agendas já programadas no ministério e avisou que entregará a carta de demissão na volta de Lula de Nova York, onde o chefe do Executivo participará da Assembleia Geral da ONU. O retorno está previsto para quinta-feira (25).
Outros ministros não serão afetados
Apesar da resolução, os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Comunicações, Frederico Siqueira, continuarão no governo. Embora ligados ao União Brasil, eles não são filiados ao partido e foram indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Com a saída de Sabino, Lula precisará decidir se entrega o comando do Turismo a outro aliado político ou se abre espaço para negociações com a base no Congresso.