O deputado federal Chico Alencar (PSOL, 2024) apresentou um projeto que altera o lema inscrito na Bandeira do Brasil ao incluir a palavra “Amor”, transformando a fórmula atual — “Ordem e Progresso” — em “Amor, Ordem e Progresso”.
A iniciativa modifica a legislação dos Símbolos Nacionais e obriga a atualização dos dispositivos que definem o padrão gráfico do pavilhão republicano. A proposta recoloca a disputa pela memória coletiva no centro da política contemporânea e reage ao uso instrumental da iconografia nacional na última década.
A justificativa sustenta que a frase gravada desde 1889 representa apenas parte da formulação positivista original. Segundo o parlamentar, a omissão do trecho inicial — “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” — distorceu a concepção elaborada por Teixeira Mendes, responsável pela elaboração do lema republicano no período de transição do Império para a República. A inclusão do termo esquecido, afirma o autor, restabeleceria o sentido integral da doutrina que inspirou o novo regime.

Dados Históricos Essenciais:
— Ano de adoção da bandeira republicana: 1889
— Idealizador do lema: Teixeira Mendes
— Frase original do positivismo: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”
— Alteração proposta: Inserção de “Amor” antes do lema oficial
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O projeto afirma que a recomposição do enunciado devolve coerência à filosofia que guiou a criação do pavilhão republicano no fim do século XIX. A medida, segundo Alencar, atualiza a legislação para refletir um contexto histórico que foi reduzido ao longo do tempo, tornando-se símbolo de disputas políticas recentes. Ao reintegrar a palavra “Amor”, a proposta reivindica um horizonte civilizatório mais amplo, baseado em valores éticos e comunitários.
O debate sobre símbolos nacionais e a disputa política pela narrativa
A iniciativa surge em um momento em que símbolos nacionais sofreram apropriação por grupos que tensionaram a estabilidade democrática. O resgate da formulação original reabre a discussão sobre o papel dos ícones civis na construção de pertencimento coletivo. Ao evocar o positivismo, o projeto também desloca o país para uma reflexão mais profunda sobre memória, representação e responsabilidade cívica.
Mudança na Bandeira do Brasil: contexto, impacto e controvérsias
Se aprovada, a alteração demandará revisão técnica do desenho oficial e adequações institucionais nos órgãos responsáveis pela custódia dos símbolos nacionais. A proposta também deve provocar debate sobre continuidade histórica, representatividade e o papel pedagógico da bandeira na identidade cívica.
A reinserção do “Amor” no lema pode funcionar como gesto simbólico de recomposição democrática. A adoção integral da frase original sugere uma estratégia de reparação histórica e de reconstrução de um horizonte comum. A discussão sobre símbolos nacionais revela não apenas o passado, mas as escolhas de futuro — um país que assume “o amor por princípio” pode redefinir suas prioridades institucionais, educacionais e culturais, fortalecendo políticas de coesão social e de cuidado com o território.




