Brasília, 11 de julho de 2025 — O PSOL protocolou pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro após o deputado condicionar negociações comerciais com os EUA à anistia de aliados golpistas. O gesto foi classificado como traição à soberania.
Eduardo Bolsonaro cruza a linha e flerta com o crime de traição
Não bastasse o histórico de declarações golpistas, Eduardo Bolsonaro decidiu oficializar sua disposição em sabotar o país. Em um post publicado na rede X, o deputado federal licenciado afirmou que qualquer avanço comercial entre Brasil e Estados Unidos deveria ser condicionado a uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos golpistas de 2022. Ou seja, o bem-estar econômico de milhões de brasileiros submetido à sobrevivência política de seu clã.
A fala provocou reação imediata. O PSOL apresentou pedido formal de cassação do parlamentar por traição à soberania nacional. “O que esse sujeito está fazendo é conspirar contra o nosso país”, denunciou o deputado Glauber Braga, ao anunciar a medida. A iniciativa busca responsabilizar Eduardo por usar seu mandato como instrumento de chantagem — não contra adversários, mas contra a própria democracia.
Linguagem golpista e interesse estrangeiro
Ao se referir ao Brasil como “regime”, Eduardo Bolsonaro adota o vocabulário da extrema direita internacional, negando a legitimidade das instituições. A chantagem explícita — trocar tarifa por perdão — reforça o laço ideológico com Donald Trump e expõe a submissão do deputado ao alinhamento com potências estrangeiras. A retórica não é só beligerante: é criminosa.
A publicação veio logo após uma reunião entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e representantes da embaixada dos EUA. A movimentação diplomática e política bolsonarista passa, mais uma vez, por Washington — e novamente ao custo da autonomia brasileira.
Tarcísio ensaia moderação, mas se complica
Embora tente posar como figura moderada no pós-Bolsonaro, Tarcísio atua em sintonia com o subtexto golpista de seu campo político. Seu encontro com diplomatas norte-americanos foi visto com reservas até entre bolsonaristas, que temem uma virada “pragmática” do governador. Mas o desconforto é duplo: ao sinalizar alinhamento com Donald Trump, hoje presidente dos EUA, Tarcísio também se arrisca a desagradar empresários do agronegócio, já prejudicados pela tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros.
Trump, por sua vez, declarou que “não pretende discutir o tema com Lula por ora”, jogando gasolina no impasse diplomático. É um aceno à ultradireita brasileira e uma forma velada de reforçar a pressão por uma anistia ao aliado condenado.
O uso do mandato como arma contra o país
A postura de Eduardo Bolsonaro alimenta temores crescentes sobre a atuação de parlamentares licenciados que seguem operando politicamente fora do território nacional. O deputado tem feito declarações diretas dos Estados Unidos, onde mantém uma base de apoio ativa, inclusive junto a think tanks da direita radical.
O pedido de cassação não será apenas simbólico. Se avançar, representará um divisor de águas sobre os limites do mandato parlamentar frente a interesses que confrontam abertamente o pacto democrático e a soberania do país.
O Diário Carioca Esclarece
- Cassação pode ser aceita?
Sim. O pedido será analisado pela Mesa Diretora da Câmara e, se admitido, tramita no Conselho de Ética. - Por que há acusação de traição?
Eduardo Bolsonaro condicionou o bem-estar econômico do país à anistia de aliados golpistas, subjugando o interesse nacional a objetivos pessoais. - Tarcísio está envolvido?
Não diretamente. Mas sua agenda diplomática com os EUA ocorre paralelamente à ofensiva de Eduardo e foi lida como convergente.
FAQ (Perguntas Frequentes)
Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato?
Sim. O pedido de cassação será analisado, e se aprovado pelo plenário da Câmara, o mandato pode ser encerrado.
Ele cometeu crime de traição?
A acusação é política. A tipificação jurídica envolve elementos complexos, mas o gesto foi lido como antinacional.
Por que a fala causou tanto impacto?
Porque coloca o interesse dos golpistas acima dos interesses econômicos do país, condicionando negociações externas à impunidade de aliados.
