Brasília – O Partido dos Trabalhadores acionou a Justiça contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por difundir fake news que vinculam o governo Lula às fraudes bilionárias no INSS. O processo foi protocolado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Em vídeo publicado nesta segunda-feira (12), o deputado Rogério Correia (PT-MG) acusa o governador de “baixaria” e má-fé ao tentar jogar o escândalo nas costas do atual governo. “Quem começou a fraude foi o governo Bolsonaro. Zema, não use de má-fé para explorar o seu direito privado eleitoreiro”, disparou o parlamentar.
PT denuncia manipulação política
O deputado Correia, que também preside a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, criticou a estratégia de Zema de usar o escândalo previdenciário como munição política, ignorando as origens da fraude durante a gestão bolsonarista.
Zema afirmou nas redes: “O Lula tá com medo de quê? Que as investigações cheguem na companheirada?” — ignorando que o esquema começou no governo anterior e envolve empresas privadas e agentes públicos ligados ao INSS.
Investigação revela origem das fraudes
Segundo a AGU, o rombo de R$ 6,3 bilhões foi causado por descontos não autorizados aplicados por entidades prestadoras de serviços previdenciários.
Em 9 de maio, a AGU pediu à Justiça a inclusão de seis empresas e oito pessoas na ação cautelar. O órgão solicitou ainda o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens e a quebra de sigilos bancário e fiscal dos envolvidos.
O total estimado de propina paga a servidores e intermediários soma R$ 23,8 milhões — valores que, segundo a ação, circularam entre empresas de fachada, agentes públicos e entidades associativas.
Discurso eleitoral disfarçado de indignação
No feriado de 1º de maio, Zema tentou surfar na indignação popular. No dia seguinte, após a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, ele publicou: “Mais de R$ 6 bilhões foram desviados do INSS e só um ministro caiu?”.
O PT reagiu rápido, acusando o governador de querer desviar o foco e blindar o verdadeiro berço do escândalo: a era Bolsonaro, marcada por desregulação e favorecimento de atravessadores.
