Se embananou

Quando o cargo acaba, a vitimização entra em vigor: Eduardo Bolsonaro chora por passaporte

Ex-deputado afirma que não poderá renovar documento comum, terá de devolver passaporte diplomático e acusa Alexandre de Moraes de perseguição
por 21 de dezembro de 2025
Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro
Atualizado em 21/12/2025 17:35

Cassado, Eduardo Bolsonaro afirmou temer o bloqueio do passaporte brasileiro e disse avaliar a possibilidade de recorrer a um “passaporte de apátrida” para permanecer nos Estados Unidos, após perder o mandato de deputado federal.

Em entrevista ao SBT News, Eduardo Bolsonaro afirmou que foi informado de que não poderá renovar o passaporte comum e que deverá devolver o passaporte diplomático dentro de “30 ou 60 dias”. Segundo ele, a medida faria parte de uma ação para “minar o seu trabalho”.

Acusação direta
“Fiquei sabendo que há uma ordem para que eu não possa ter o passaporte comum”, declarou. “Assim sendo, tenho que devolver o meu passaporte diplomático. Vou ficar sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre de Moraes de minar o meu trabalho.”

Documento inválido
O passaporte diplomático, emitido em 2023 e com validade até julho de 2027, já aparece como inválido no site da Câmara dos Deputados.

Viagens e alternativa
Segundo o ex-parlamentar, a perda do documento não impediria deslocamentos internacionais. “Tenho outros meios para fazê-lo. Ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como é que isso acontece”, afirmou.

Atuação sem mandato
Eduardo Bolsonaro declarou que continuará atuando internacionalmente mesmo sem mandato. “As pessoas não me recebem porque tenho diploma, mas porque gasto do meu bolso para rodar o mundo”, disse.

Sucessão familiar
Ele comentou a escolha de Flávio Bolsonaro como possível candidato da família à Presidência em 2026. “De maneira nenhuma fiquei triste. Trabalhei para a escolha do nome do Flávio, que é um nome viável”, afirmou, dizendo que o irmão dialoga com setores do centro político e do mercado financeiro.

Articulações externas
O ex-deputado disse que pretende contribuir com a frente internacional da eventual campanha. “Contatos com o mundo árabe, Israel, os Estados Unidos, El Salvador”, afirmou, acrescentando que mantém articulações por WhatsApp e redes sociais.

Tarifas e Trump
Eduardo Bolsonaro negou ter atuado para que os Estados Unidos aplicassem tarifas ao Brasil. “Não fiz lobby. Nunca trabalhei por tarifas ao Brasil”, disse, atribuindo a decisão ao presidente Donald Trump. “Certamente ele fez isso pelo melhor interesse dos americanos. Tenho muita gratidão por ele ter prestado atenção na situação emergencial do Brasil”, completou.

Passaporte de apátrida
O passaporte de apátrida é um documento de viagem concedido a pessoas que não têm nacionalidade reconhecida por nenhum país. Ele é emitido por Estados signatários da Convenção de 1954 sobre o Estatuto dos Apátridas, da Organização das Nações Unidas, e não equivale à cidadania.

Uso e restrições
O documento permite identificação internacional e viagens, mas depende de vistos e da aceitação do país de destino. A concessão ocorre após reconhecimento formal da condição de apátrida pelas autoridades nacionais, seguindo critérios legais e administrativos.

JR Vital

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.