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Reforma administrativa pode fragilizar serviço público, alerta AFPESP

Entidade alertou para os riscos de precarização do serviço público com os projetos de reforma administrativa em debate no Congresso

A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) manifesta preocupação com a possibilidade de que os projetos referentes à reforma administrativa, que voltaram à pauta do Congresso Nacional em 2025, promovam a precarização do serviço público, com a soma de medidas que fragilizam a estabilidade, concursos, carreiras e planejamento de longo prazo. “Entendemos que modernizar o Estado é necessário, mas sem colocar em risco a contratação por mérito, a capacitação e a independência técnica dos profissionais que prestam serviços à população”, pondera Artur Marques, presidente da entidade.
 

Na PEC 32 da Reforma Administrativa, o relator na Câmara sinalizou recuos em pontos sensíveis, mas não há consenso público sobre salvaguardas à estabilidade, mérito e carreiras típicas de Estado. São preocupantes a incerteza e a possibilidade de mudanças alheias ao diálogo com a sociedade, especialistas e entidades representativas do funcionalismo.
 

No que diz respeito à área orçamentário-judicial, a Emenda Constitucional 136/2025 (originária da PEC 66/2023) alterou o regime de precatórios com a promessa de proporcionar previsibilidade às unidades federativas. Porém, ao flexibilizar prazos, a norma pode alongar pagamentos e derreter a confiança de cidadãos que ganharam ações judiciais contra o Estado, especialmente aposentados e pensionistas. “Governança fiscal não pode resultar em prejuízos para quem adquiriu direitos e dedicou toda uma vida de trabalho ao serviço público e à população”, afirma Artur Marques.
 

Outro risco grave é o avanço do vínculo celetista e da terceirização estrutural por meio de contratos de gestão. A expansão do terceiro setor na prestação de serviços públicos amplia a demanda por regulação e controles. Sem isso, fragmenta equipes, eleva rotatividade e submete funções permanentes à lógica de governo e não de Estado, reforçando a necessidade de regras de responsabilização, transparência e proteção do interesse público.

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Carreiras de Estado
 

“Preocupa-nos muito, ainda, o risco de que a PEC 38/2025, que também trata de aspectos da Reforma Administrativa, tenha seu rito abreviado no Congresso Nacional, como se prenuncia, sem a devida análise prévia pelas comissões temáticas”, alerta o presidente da AFPESP. A proposta altera mais de 20 artigos da Constituição Federal e “não pode ser conduzida de maneira açodada, sob pena de comprometer direitos fundamentais dos servidores e, sobretudo, a qualidade dos serviços prestados à população”.
 

A PEC propõe uma reestruturação profunda do serviço público brasileiro, atingindo inclusive as chamadas carreiras típicas de Estado. Dentre os pontos mais sensíveis estão o possível fim, total ou parcial, da estabilidade, a ampliação de contratações temporárias, a desestruturação dos planos de carreira e a abertura para vínculos precários. “Essas medidas, se aprovadas sem um debate amplo e transparente, podem levar à precarização do trabalho, ao enfraquecimento da autonomia técnica e à perda de capacidade do Estado de atender bem a sociedade”, alerta Artur Marques.
 

Pela proposta, o modelo de contratação dos servidores públicos poderá sofrer mudanças significativas, com maior espaço para vínculos transitórios e sem o indispensável concurso. Para o presidente da AFPESP, isso “ameaça um dos pilares do serviço público, que é o mérito como critério de ingresso e de ascensão profissional.” Ele ressalta que concursos e estabilidade não são privilégios, mas garantias de que o Estado será servido por pessoas tecnicamente qualificadas e protegidas de interferências políticas.
 

As carreiras potencialmente afetadas incluem magistrados, promotores, defensores e advogados públicos, fiscais da Receita Federal e dos tribunais de contas, agentes do IBAMA, servidores do Tesouro Nacional e das áreas de planejamento e orçamento, docentes, diplomatas e analistas de comércio exterior e profissionais da regulação e política monetária. São funções que, segundo Artur Marques, “sustentam o funcionamento do Estado e protegem o interesse público e, por isso, não podem ser fragilizadas por propostas que coloquem em risco sua continuidade ou autonomia”.

JR Vital
JR Vitalhttps://diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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