Brasília — 9 de agosto de 2025 — O senador Romário (PL-RJ) respondeu às críticas de setores bolsonaristas que o cobravam por não assinar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em publicação nas redes sociais, o ex-jogador afirmou que mantém boa relação com o PL e com o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas reiterou sua independência política.
Pressão pública e ataques diretos
A ofensiva contra Romário ganhou força após declaração de Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), que o provocou ao dizer: “Vai continuar vivendo do gol de 94 ou vai jogar pelo povo?”. O pastor Silas Malafaia, aliado de peso do bolsonarismo, também atacou o senador, acusando-o de se omitir em um “momento fundamental” e lembrando que mobilizou eleitores evangélicos a seu favor em 2022.
Sinais de distanciamento digital
Embora negue ruptura com Jair Bolsonaro, Romário apagou de suas redes sociais registros da campanha eleitoral de 2022 e deixou de seguir o ex-presidente no Instagram. O movimento foi interpretado por apoiadores radicais como traição. Em grupos de mensagens, proliferaram termos como “traidor” e “livramento para Bolsonaro”, além de pedidos por sua expulsão do PL.
Estratégia ou recado?
Nos bastidores, analistas avaliam que o gesto pode ser um distanciamento tático, típico de parlamentares que buscam preservar espaço político em um cenário de desgaste do bolsonarismo. A base radical, contudo, vê a atitude como afronta e exige alinhamento incondicional.
O que está em jogo
1. Por que o impeachment de Moraes mobiliza o bolsonarismo?
A ofensiva contra o ministro é parte da estratégia de confronto ao STF e às investigações sobre o 8 de janeiro.
2. Romário rompeu com Bolsonaro?
Publicamente, o senador nega. Mas as mudanças nas redes indicam recuo de exposição política ao lado do ex-presidente.
3. Qual o impacto no PL?
O partido pode enfrentar novas divisões internas caso a pressão da ala radical sobre Romário aumente.
O episódio revela como o bolsonarismo trata divergências internas: como teste de lealdade absoluta. Ao tentar equilibrar independência e vínculo partidário, Romário expõe as fissuras de uma base que cobra alinhamento integral, mesmo em temas que ultrapassam o jogo político e afetam o equilíbrio entre poderes.