Brasília, 5 de julho de 2025 – Uma auditoria foi aberta no Senado Federal após revelações de que os senadores Giordano (MDB-SP) e Humberto Costa (PT-PE) usaram verba pública para custear bebidas alcoólicas. Vinhos, gin e cervejas foram pagos com dinheiro do contribuinte.
Farra com dinheiro público vira “erro técnico”
A velha prática da elite política brasileira de se banquetear às custas da população ganhou mais um capítulo. O Senado Federal abriu uma auditoria interna após o site Metrópoles revelar que bebidas alcoólicas foram reembolsadas com verbas indenizatórias.
Na lista de consumo, constam Fragole Lambrusco, Aperol Spritz, vinho francês e cerveja importada. Tudo custeado com dinheiro público, como se o Senado fosse um open bar bancado pela população.
O senador Giordano, por exemplo, apresentou notas de refeições que incluíam vinhos frisantes e drinks, como um Aperol Spritz de R$ 43, consumido em um sábado à tarde em Brasília. Já Humberto Costa, atual presidente nacional do PT, teve gin tônica, cervejas e vinho reembolsados integralmente, em bares e bistrôs do Recife e da capital federal.
R$ 227 de álcool pago com impostos
A soma total das bebidas reembolsadas chega a R$ 227,32. Embora o valor pareça pequeno, o caso expõe o desleixo da fiscalização do Senado e a naturalização do privilégio parlamentar.
A Casa admitiu falhas na checagem das notas fiscais e alegou que a descrição de alguns itens dificultava a identificação. Os dois senadores devolveram os valores por meio de Guia de Recolhimento à União (GRU), o que não apaga o dano simbólico de uma instituição pública financiar lazer etílico.
Culpas terceirizadas e justificativas cínicas
Em notas oficiais, Giordano e Humberto Costa adotaram o mesmo discurso: culparam os restaurantes e os técnicos do Senado. A assessoria de Costa afirmou que “GT Britânica” e “Bois Mirail” não deixavam claro que eram bebidas alcoólicas. Já Giordano alegou que a descrição nas notas era confusa, e que tudo passou despercebido até mesmo pela fiscalização interna.
O episódio expõe a fragilidade dos mecanismos de controle e a falta de responsabilização real. Até agora, nenhum tipo de penalidade administrativa foi aplicada.
O Congresso contra o povo
Enquanto milhares de brasileiros lutam para colocar comida na mesa, parlamentares gastam verba pública com drinques sofisticados, amparados por um sistema de reembolso opaco e autogerido.
O episódio ocorre em meio a um contexto de cortes orçamentários, ataques aos direitos sociais e promessas de austeridade. Mais uma vez, o Congresso mostra que o sacrifício é sempre dos outros.
O Diário Carioca Esclarece
O que é a verba indenizatória?
É um recurso público mensal destinado a cobrir gastos dos parlamentares no exercício do mandato, como aluguel, alimentação e transporte.
Bebidas alcoólicas podem ser reembolsadas?
Não. A legislação do Senado proíbe expressamente o uso da verba para pagar bebidas alcoólicas.
A devolução do dinheiro impede sanções?
Não necessariamente. Ainda que haja devolução, o uso indevido pode configurar irregularidade administrativa e até improbidade, se houver dolo.