Brasília – 13 de agosto de 2025 – O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o partido enviará cartas a todas as embaixadas em Brasília denunciando supostas violações de direitos humanos no Brasil. A iniciativa, alinhada à retórica bolsonarista, ecoa o relatório do presidente norte-americano Donald Trump, que atacou o governo Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Carta diplomática contra instituições brasileiras
Segundo Cavalcante, o documento do PL listará alegações de “prisões arbitrárias, censura institucional e perseguição política”, acusando as autoridades brasileiras de violar a Constituição e tratados internacionais de direitos humanos. O texto afirmará que essas práticas “comprometem a separação dos Poderes, enfraquecem garantias individuais e instauram um precedente de exceção” — narrativa que repete o discurso de líderes bolsonaristas.
A ação foi anunciada dias após o relatório do governo Trump, que mencionou uma suposta “deterioração” da democracia no Brasil, em linha com críticas a medidas do STF contra articuladores de atos golpistas.
Blindagem de Bolsonaro e pauta de confronto
A mobilização diplomática ocorre enquanto o PL tenta reverter a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada por Moraes por descumprir medidas cautelares. O ex-presidente é réu por liderar uma trama golpista, enfrentando acusações de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e grave ameaça ao patrimônio público.
Na semana passada, deputados bolsonaristas obstruíram as Mesas Diretoras do Congresso em apoio ao chamado “pacote da paz” — que engloba a PEC do fim do foro privilegiado, o PL da anistia e o pedido de impeachment de Moraes.
Estratégia internacional como pressão política
O envio de cartas a representações estrangeiras é interpretado por analistas como tentativa de constranger o Brasil no cenário internacional e de legitimar, fora do país, a narrativa de perseguição contra aliados de Bolsonaro. A medida também reforça o alinhamento de setores do PL com pautas e métodos da extrema-direita global, que busca corroer a credibilidade de instituições democráticas por meio de campanhas externas coordenadas.

