Brasília (DF), 30 de julho de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista ao New York Times, que não teme o tarifaço anunciado por Donald Trump, mas exige respeito na relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos (EUA). A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros começa a valer nesta sexta-feira (1º).
Lula critica postura de Trump e fala em “respeito entre iguais”
Durante a entrevista, Lula condenou a forma como o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou as tarifas. “Estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, declarou o presidente brasileiro.
O petista classificou como “vergonhoso” o anúncio feito por Trump por meio das redes sociais. “O comportamento do presidente Trump saiu de todos os padrões de negociação e de diplomacia”, criticou. Para Lula, o uso de tarifas como ultimato contraria práticas básicas de relações internacionais.
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Governo tenta diálogo, mas não obtém resposta dos EUA
O presidente brasileiro afirmou que está tentando contato direto com Donald Trump, mas não teve retorno. “Eu pedi para fazer contato. Designei meu vice-presidente, o ministro da Agricultura e o ministro da Economia para falar com os equivalentes nos EUA. Até agora, não foi possível”, disse Lula.
Segundo ele, o silêncio da administração norte-americana dificulta qualquer tentativa de solução negociada para o impasse comercial.
Tarifaço preocupa economia e fere soberania, diz Lula
Para Lula, a sobretaxa de 50% sobre produtos como café, carne e suco de laranja representa uma tentativa de enfraquecer economicamente o Brasil. “Não vamos negociar como se fôssemos um país pequeno diante de um país grande”, afirmou.
Ele destacou que o poder econômico e militar dos Estados Unidos é reconhecido pelo governo brasileiro, mas reforçou: “Isso não nos deixa com medo. Nos deixa preocupados”.
O presidente também alertou para os impactos diretos ao consumidor norte-americano: “O custo será sentido na mesa dos consumidores dos EUA”.
Medidas adotadas pelo Brasil diante do tarifaço de Trump
Abaixo, as ações anunciadas ou em curso pelo governo brasileiro em resposta à sobretaxa dos EUA:
- Tentativa de contato direto com Donald Trump
- Designação de ministros para diálogo com os EUA
- Articulação diplomática via Itamaraty
- Avaliação de medidas retaliatórias na Organização Mundial do Comércio (OMC)
- Monitoramento do impacto econômico no setor agroexportador
Entenda as críticas de Lula sobre o tarifaço de Donald Trump
O que Lula disse sobre a postura de Trump?
Chamou de “vergonhosa” a decisão de anunciar tarifas por redes sociais e criticou o desrespeito à diplomacia.
O presidente brasileiro teme impacto das medidas?
Segundo Lula, o governo está preocupado, mas não teme. Ele afirmou que o Brasil não aceitará uma postura de submissão.
Houve tentativa de diálogo entre os governos?
Sim. Lula afirmou ter solicitado contato e designado ministros para conversas, mas não recebeu resposta até agora.
Quais produtos brasileiros serão afetados?
Os principais produtos atingidos são café, carne e suco de laranja, que sofrerão sobretaxa de 50% nos EUA.
Há chance de retaliação por parte do Brasil?
O governo avalia medidas na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas ainda não anunciou ações concretas.
Fechamento: Lula aposta em tom firme diante da pressão norte-americana
A entrevista ao New York Times marca uma inflexão no tom adotado pelo Palácio do Planalto nas relações com os Estados Unidos (EUA). Ao adotar uma postura crítica e enfatizar a defesa da soberania nacional, Lula busca se posicionar como líder de um país que exige tratamento igualitário, mesmo frente à potência econômica global. O episódio pode inaugurar um período de tensão comercial entre os dois países, com possíveis impactos bilaterais e geopolíticos.