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TCU identifica indícios graves e cobra Hugo Motta por funcionárias fantasmas

Área técnica do tribunal exige comprovação sobre trabalho das servidoras no gabinete do presidente da Câmara

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Hugo Motta - © Lula Marques/Agência Brasil

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou ao gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), provas de que as servidoras Gabriela Batista Pagidis e Monique Agra Magno exerceram de fato suas funções, após denúncias de que seriam funcionárias fantasmas. O prazo para resposta é de 15 dias, conforme documento oficial obtido pela imprensa. As informações são do Metrópoles.


Detalhes das denúncias e investigação

Gabriela, fisioterapeuta, atuava em clínicas no Distrito Federal enquanto recebia salários e benefícios da Câmara entre 2017 e 2025, somando mais de R$ 807,5 mil. Monique acumulava cargos incompatíveis, seja na Câmara ou na Prefeitura de João Pessoa (PB), e recebeu R$ 208 mil no mesmo período. O TCU quer verificar registros de frequência, escalas de trabalho e o uso de ferramentas corporativas para confirmar a efetiva prestação dos serviços.

O tribunal também investiga um suposto esquema de rachadinha no gabinete de Motta, com destaque para o poder da chefe de gabinete em movimentar salários de funcionários. A análise da área técnica poderá direcionar uma investigação ao Ministério Público Federal, incluindo a quebra de sigilos bancários.


Impacto e posicionamento oficial

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, ressaltou que os indícios de irregularidades representam potencial dano ao erário, justificando a necessidade de diligências antes que a representação seja admitida. Caso seja comprovada a irregularidade, o TCU pode pedir a devolução dos valores recebidos indevidamente.

Hugo Motta declarou prezar pelo cumprimento das obrigações dos funcionários, incluindo aqueles com trabalho remoto e dispensa de ponto, mas evitou comentar as exonerações e contratações de familiares. O caso segue em apuração, com desdobramentos que poderão movimentar as esferas judiciais e políticas.


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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.