TCU libera Lula de devolver relógio abre precedente para Bolsonaro

Ministros decidem que, sem regra clara sobre presentes, itens não devem ser devolvidos.

Lula - Foto: Ricardo Stuckert / PR
Lula - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Brasília – O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisa devolver um relógio de ouro da marca Cartier, recebido em 2005. A decisão seguiu o voto do ministro Jorge Oliveira, que argumentou a ausência de norma clara sobre o tratamento dos presentes recebidos por autoridades.

Resumo da Notícia

  • Decisão do TCU: Lula não precisa devolver relógio de ouro.
  • Argumentação: Falta de norma clara sobre presentes.
  • Impacto: Possível rediscussão sobre presentes recebidos por Bolsonaro.

Decisão do TCU sobre Presentes Recebidos por Autoridades

Falta de Norma Clara

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Os ministros do TCU seguiram o entendimento de Jorge Oliveira, que destacou a ausência de uma legislação específica para o tratamento de presentes recebidos por autoridades. Segundo Oliveira, essa regulamentação deve ser feita pelo Congresso Nacional, não pelo TCU.

Caso do Relógio de Lula

O ministro Jorge Oliveira argumentou que, sem uma norma legal, não é possível determinar que presentes recebidos por presidentes sejam incorporados ao patrimônio público. “Até o presente momento, não existe norma que defina qual presente o presidente poderá ficar em seu patrimônio privado, ou qual ele tem que incorporar ao patrimônio público”, afirmou o ministro.

Implicações para o Caso Bolsonaro

A decisão abre um precedente para a rediscussão do processo sobre joias e armas dadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, o TCU havia decidido que Bolsonaro deveria devolver esses itens, com base na determinação de 2016.

No entanto, a nova decisão sugere que a elaboração de regras claras sobre presentes cabe ao Congresso, e não ao TCU. Isso pode impactar a obrigatoriedade de devolução dos presentes recebidos por Bolsonaro.

Votos dos Ministros

Jorge Oliveira

Indicado por Bolsonaro para o TCU em 2020, Oliveira argumentou que a falta de uma norma legal impede a Corte de determinar a incorporação dos bens ao patrimônio público. Votaram com ele os ministros Vital do Rego, Jonathan de Jesus, Aroldo Cedraz e Augusto Nardes.


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Antonio Anastasia e Marcos Bemquerer

Ambos votaram pela não devolução com base na impossibilidade de aplicar normas retroativamente. Esse entendimento não abriria precedente para rediscutir o caso de Bolsonaro.

Walton Alencar

O único ministro a votar pela devolução, Alencar argumentou que permitir que presidentes mantenham presentes sem regulamentação representa uma “remuneração incontrolada”.

Histórico das Normas do TCU

O TCU deliberou em 2016 sobre o tratamento de presentes, estipulando que itens de consumo próprio ou “personalíssimos” não precisariam ser devolvidos. Em 2023, essa regra foi revista para incluir também esses itens no patrimônio da União.

Perguntas Frequentes sobre a Decisão do TCU

O que a decisão do TCU significa para Lula?

A decisão isenta Lula de devolver um relógio de ouro recebido em 2005, devido à falta de uma norma clara sobre presentes.

Isso afeta outros presentes recebidos por presidentes?

Sim, a decisão abre um precedente para rediscutir casos como o de Bolsonaro, que também recebeu presentes valiosos.

Qual foi a base da decisão?

A decisão se baseou na ausência de uma legislação específica, argumentando que a criação dessas normas é responsabilidade do Congresso Nacional.