Durante sua atuação nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) alterou a fala do presidente norte-americano Donald Trump sobre seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida durante o encontro de Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Kuala Lumpur, na Malásia.
Segundo veículos internacionais e relatos de jornalistas, Trump declarou:
“Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa. Ele está passando por momentos ruins.”
No entanto, Eduardo Bolsonaro publicou uma versão adaptada, omitindo a parte em que Trump afirma ter considerado Bolsonaro honesto. Na tradução feita pelo próprio deputado, a fala teria sido:
“Sempre gostei dele. Me sinto muito mal com o que aconteceu com ele. Você sabe, eu sempre o considerei um negociador duro, mas você sabe, ele está passando por muita coisa.”
A adaptação, além de confusa, modifica o sentido original, que demonstrava distanciamento do republicano em relação ao ex-presidente.
Tentativa de criar narrativa favorável a Bolsonaro
Na publicação, Eduardo sugeriu que Lula teria ficado “incomodado” com o comentário e insinuou que a conversa privada entre os presidentes teria sido mais dura.
“Imagine o que foi tratado a portas fechadas?”, escreveu o deputado, que enfrenta dificuldades para acessar membros do governo americano e participar de eventos oficiais em Washington.
Após o encontro, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, minimizou a relevância do tema na reunião. Segundo ele,
“A questão do Bolsonaro apareceu, inclusive antes na entrevista, em que [Trump] foi perguntado, mas muito lateralmente.”
Uso do caso para tratar da Lei Magnitsky
Rosa explicou que o presidente Lula mencionou o episódio apenas como exemplo de aplicação injusta da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades, como do Supremo Tribunal Federal, o quão injusta é essa medida porque respeitou-se o processo legal e não há nenhuma perseguição política ou jurídica”, afirmou.


