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TSE multa candidato do Novo por gesto supremacista branco

Brasília – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou uma multa de R$ 30 mil ao empresário José Artur Melo de Almeida, conhecido como Artur Bolinha (Novo), por propaganda eleitoral irregular nas eleições municipais de 2024.

A penalidade foi motivada por um vídeo em que o candidato faz um gesto manual comumente associado à supremacia branca, representando as letras “W” e “P” — iniciais de “White Power”.

A decisão, publicada em 8 de maio, reverteu o entendimento anterior do TRE da Paraíba e teve voto unânime dos ministros do TSE.

O gesto foi considerado não apenas inapropriado, mas carregado de simbologia racista, segundo o relator André Ramos Tavares, que apontou ainda o uso do símbolo em contextos semelhantes por figuras ligadas ao bolsonarismo, como Filipe Martins.


Entenda o caso

A publicação polêmica foi feita em 20 de agosto de 2024, no Instagram de campanha de Artur Bolinha. No vídeo, uma mão aparece fazendo sinais identificáveis como “W” e “P”. A ação gerou denúncia do PSOL de Campina Grande, que acusou o candidato de utilizar símbolos racistas para atrair apoio velado de extremistas.

Mesmo com a defesa afirmando que o gesto seria uma alusão ao número “30” do partido, o TSE foi categórico: não há plausibilidade na justificativa. O relator foi direto ao afirmar que a ambiguidade do gesto “denuncia a mensagem inaceitável que o candidato busca passar”.

A leitura da Corte foi reforçada pelo fato de o símbolo estar incluído na lista de sinais de ódio da Anti-Defamation League, organização internacional criada em 1913 para combater o antissemitismo e a discriminação racial.


Histórico não é novidade

O episódio traz à tona uma lembrança indigesta: em 2021, Filipe Martins, então assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também foi flagrado em sessão do Senado usando o mesmo gesto. Martins foi condenado, em 2024, a dois anos e quatro meses de prisão — ainda que tenha tentado convencer o público de que estava apenas fazendo um “ok”.

A prática, segundo o ministro Tavares, já foi reconhecida publicamente como preconceituosa e motivou inclusive uma investigação no Senado Federal à época.


“Foi só o número do partido”, diz ele

Mesmo com a condenação, Artur Bolinha tentou manter o discurso de que tudo não passou de um mal-entendido. “No Brasil, ninguém associa esse gesto a supremacia branca. Foi só uma maneira de mostrar o 30 da urna”, disse.

A estratégia não colou. O empresário terminou a eleição em quarto lugar, com 16.282 votos, fora do segundo turno vencido por Bruno Cunha Lima (União Brasil).


Leia Também


Relembre outros episódios do bolsonarismo com símbolos de ódio

  • Em 2021, Filipe Martins, assessor de Bolsonaro, fez o mesmo gesto no Senado.
  • Deputados bolsonaristas foram flagrados usando símbolos associados a grupos neonazistas em redes sociais.
  • O gabinete do ódio, como ficou conhecido o núcleo de comunicação do governo Bolsonaro, é alvo de múltiplas investigações por disseminação de fake news e discurso de ódio, inclusive com apelos a símbolos autoritários e supremacistas.

Mais detalhes sobre casos semelhantes estão em nossa cobertura da extrema-direita no Brasil.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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