terça-feira, 04/11/25 - 19:41:47
22 C
Rio de Janeiro
InícioDireitos Humanos64 mil crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado a água no Rio de Janeiro, alerta UNICEF

64 mil crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado a água no Rio de Janeiro, alerta UNICEF

Rio de Janeiro, 21 de março de 2024 – Neste Dia Mundial da Água, o UNICEF chama atenção para um problema que coloca em risco os direitos de meninas e meninos do Rio de Janeiro: 64 mil crianças e adolescentes (0-19 anos) vivem sem acesso adequado à água potável, o que corresponde a 1,7% das crianças e dos adolescentes no Estado. No Brasil, são 2,1 milhões (3,9%). Os dados são de uma análise do UNICEF com base no Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e trazem um alerta sobre a urgência de investimentos para garantir o acesso adequado à água a todos, sem exceção.  

“Ter acesso seguro à água potável é um direito humano fundamental – indispensável para a promoção e a manutenção da qualidade de vida. A privação desse direito afeta diretamente o bem-estar e o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, comprometendo também a efetivação de outros direitos, como alimentação adequada, saúde e educação. O acesso à água é, portanto, essencial para a redução das desigualdades e da pobreza”, explica Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF no Brasil. 

Os dados do Censo Demográfico 2022 mostram que a falta de acesso à água afeta de forma mais intensa as populações em situação mais vulnerável – em especial negros, indígenas e moradores das regiões Norte e Nordeste. No Brasil, o percentual de crianças e adolescentes negros sem acesso adequado à água é o dobro do de brancos – 4,7% versus 2,2%, respectivamente. Já entre crianças e adolescentes indígenas, esse percentual é 11 vezes maior do que o de brancos (25%). Em relação aos territórios, os 15 Estados com maiores percentuais de crianças e adolescentes sem acesso adequado à água estão no Norte e Nordeste do País. 

“A crise climática é também uma crise de acesso à água. Os números representam a quantidade crítica de crianças e adolescentes que estão sem acesso à água segura para beber, preparar alimentos e fazer a higiene adequada, o que fere seus direitos e prejudica sua saúde, levando ao risco de contrair doenças, como diarreia aguda”, afirma Rodrigo Resende. Dados de 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 20% das mortes de crianças abaixo de 5 anos, por ano, no mundo, têm como causa a diarreia. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz de 2022 estimou que crianças indígenas tem 14 vezes mais chances de morrer por diarreia, comparado com outros grupos populacionais.  

Mais Notícias

Presidente do STM acusa ministro de misoginia após pedido de perdão por morte de Herzog

Presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, rebate críticas misóginas e reafirma pedido de perdão às vítimas da ditadura.
00:00:00

Ao Vivo: TSE inicia julgamento sobre cassação e inelegibilidade de Cláudio Castro

Processos investigam suposto uso político da Ceperj e da Uerj em campanha eleitoral; governador nega irregularidades.

É uma emergência implementar políticas públicas que garantam o acesso adequado à água potável a cada criança e adolescente no País, com um olhar especial para aquelas em situação de maior vulnerabilidade. 

Acesso a água nas escolas 

Os desafios de acesso à água se refletem, também, nas escolas. De acordo com o Censo Escolar 2023, no Brasil, 1,2 milhão de estudantes estão matriculados em 7,5 mil escolas públicas que não tem acesso adequado à água potável no País. Entre eles, 224 mil meninos e meninas estão em 3 mil escolas em que o acesso à água é inexistente. No Rio de Janeiro, são 17 escolas públicas com água inexistente, onde estudam 1,3 mil alunos. 

O acesso precário ou inexistente a água pode gerar uma série de problemas que prejudicam o desenvolvimento de meninas e meninos em idade escolar, levando ao risco de doenças, abandono ou atraso escolar e aumento das desigualdades.  

Como mudar esse cenário? 

O UNICEF recomenda: 

  • Priorizar investimento no setor; 
  • Ampliar e fortalecer os serviços de acesso a água potável; 
  • Priorizar as comunidades mais vulneráveis em programas e políticas de água, saneamento e higiene;  
  • Aprovar o PL 5696/23, que tramita no Congresso Nacional, com vistas a garantir o acesso à água potável nas instituições de ensino. 

Como o UNICEF atua 

No Brasil, o UNICEF conta com uma área de Água, Saneamento e Higiene (WASH, na sigla em inglês) voltada a apoiar o fortalecimento de políticas públicas em territórios mais vulneráveis – com especial atenção para os povos e comunidades tradicionais –, serviços de água, saneamento e higiene em escolas e o fortalecimento de capacidades de municípios localizados na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro. 

As ações têm em vista os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 6 que visa garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e das pessoas em situação de vulnerabilidade. 

Para a área de Água, Saneamento e Higiene, o UNICEF conta com o apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos. 

Sobre os dados 

Os números sobre acesso à água contidos neste release utilizam como base o Censo Demográfico 2022, do IBGE. Para definir o acesso como “adequado ou inadequado”, o UNICEF utilizou o mesmo critério do IBGE, que considera “adequado” o acesso via rede geral de abastecimento, poço profundo ou artesiano, poço raso, freático ou cacimba, fonte, nascente ou mina; e “inadequado” o acesso à água por meio de carro pipa, armazenamento de água de chuva, de rios, açudes, córregos, lagos e igarapés, e outros.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Presidente do STM acusa ministro de misoginia após pedido de perdão por morte de Herzog

Presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, rebate críticas misóginas e reafirma pedido de perdão às vítimas da ditadura.
00:00:00

Ao Vivo: TSE inicia julgamento sobre cassação e inelegibilidade de Cláudio Castro

Processos investigam suposto uso político da Ceperj e da Uerj em campanha eleitoral; governador nega irregularidades.

Justiça paralisa obras irregulares na praia de Geribá, Búzios

Ministério Público do Rio acusa violação ambiental e urbanística; obra excedia limite permitido e estava em área de preservação ambiental.

Gigi Castilho é alvo de operação por fraude e desvio de verba pública no Rio

Polícia Civil cumpre 29 mandados contra esquema que desviou R$ 9 milhões em seis meses envolvendo creches conveniadas.

MetrôRio: Esquema para para jogos no Engenhão e no Maracanã

Concessionária orienta que os clientes carreguem seus cartões com antecedência ou utilizem o pagamento por aproximação diretamente nos validadores das catracas

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas