Brasília, 24 de junho de 2025 – A confirmação da morte da brasileira Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia, foi seguida por uma onda de comentários de ódio, racismo e misoginia por parte de perfis bolsonaristas nas redes sociais. Negra, feminista, progressista e ex-aluna da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana foi alvo de ataques que revelam o nível de degradação da extrema direita brasileira.
Discurso de ódio explode após morte de Juliana
Logo após o anúncio oficial do falecimento de Juliana, perfis alinhados à extrema direita passaram a comemorar sua morte, associando-a ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao campo progressista.
Frases como “Petista é bom morto”, “Se era petista tinha que morrer mesmo, um a menos” e “O feminismo não venceu” foram registradas em comentários que circularam em plataformas como X (antigo Twitter), Instagram e Facebook.
O influenciador e jornalista Lázaro Rosa denunciou o comportamento. Perfis bolsonaristas ainda compartilharam imagens de Juliana no Carnaval, fotos com adesivos do movimento “Ele Não”, criado em 2018 contra Jair Bolsonaro, e até publicações antigas de sua viagem.
Ataques aumentaram após agradecimento ao governo Lula
Os ataques se intensificaram depois que o pai de Juliana, Manoel Marins, fez uma publicação agradecendo ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Itamaraty pelos esforços para que ele pudesse viajar até a Indonésia e acompanhar as buscas pela filha.
“Agradeço ao senhor e ao Ministério das Relações Exteriores, além da Embaixada da Indonésia, pelos esforços. Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva”, escreveu Manoel nas redes sociais.
A simples manifestação de gratidão foi suficiente para que perfis bolsonaristas amplificassem o discurso de ódio, reforçando ataques carregados de misoginia, racismo e intolerância política.
Quem era Juliana Marins
Juliana Marins, 32 anos, era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e trabalhava na indústria criativa. Atuou em empresas como Canal Off, Multishow, Mynd e participou de grandes eventos como o Rio2C, na área de conteúdo e marketing.
Ela realizava um mochilão solo pelo sudeste asiático desde fevereiro, documentando suas experiências em retiros de yoga, vivências budistas, mergulho profissional e atividades culturais.
Em publicação feita na Tailândia, ela refletiu:
“Aprendi muito com a cultura e a filosofia de vida, mas também sobre respeitar o que eu sinto e seguir o que faz sentido.”
Juliana também era praticante de pole dance, tendo se apresentado publicamente no ano passado. Antes da Indonésia, fez trabalhos voluntários no Egito, registrando 12 cidades para promover turismo sustentável.
O Carioca Esclarece
O caso escancara como o discurso de ódio impulsionado pela extrema direita no Brasil ultrapassa barreiras, inclusive no contexto de tragédias humanas. É uma consequência direta do ambiente de intolerância, racismo e misoginia estimulado por anos de bolsonarismo nas redes sociais.
FAQ – Perguntas Frequentes
Por que bolsonaristas atacaram Juliana Marins?
Por ela ser mulher, negra, progressista, feminista e ter histórico de ativismo social. Perfis bolsonaristas associaram sua imagem à esquerda e ao PT, utilizando isso como justificativa para destilar discurso de ódio.
O que o pai de Juliana fez para gerar mais ataques?
Ele agradeceu publicamente ao presidente Lula e ao Itamaraty pelo apoio logístico para acompanhá-lo na Indonésia, o que gerou reações agressivas da extrema direita.
Quem era Juliana Marins?
Publicitária, ativista cultural e viajante. Tinha passagens por grandes empresas da indústria criativa no Brasil e realizava um mochilão solo pela Ásia, compartilhando experiências em suas redes.



