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Polícia prende MC Poze por apologia ao crime

Rio de Janeiro – A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prendeu nesta quinta-feira (29) o funkeiro MC Poze do Rodo, acusado de apologia ao crime e associação com o tráfico de drogas. A prisão temporária, autorizada pela Justiça, foi cumprida em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, onde os policiais também apreenderam uma BMW de luxo avaliada em R$ 1 milhão.

Segundo a Polícia Civil, Poze vinha sendo monitorado há meses por promover, em suas músicas e shows, a exaltação de práticas criminosas, incluindo a valorização de facções armadas e o incentivo ao confronto entre grupos rivais. Os investigadores afirmam que os eventos do artista serviam como plataformas simbólicas e logísticas do Comando Vermelho, principal organização criminosa do Rio de Janeiro.

Shows armados e letras sob investigação

De acordo com o relatório policial, eventos comandados por Poze exibiam com frequência presença ostensiva de criminosos armados, inclusive com fuzis. Em um vídeo citado no inquérito, o cantor se apresenta em um baile funk na Cidade de Deus, com diversos homens armados no palco — horas antes da morte de um policial civil numa operação naquela mesma comunidade.

Para os agentes, o artista cruzou a linha da liberdade de expressão e passou a atuar diretamente como propagandista da facção criminosa, promovendo um estilo de vida vinculado ao poder bélico, à ostentação ilícita e à impunidade. As letras das músicas também estão sob análise, especialmente as que contêm referências a confrontos com a polícia, domínio territorial e lealdade ao tráfico.

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Polícia diz que arte virou propaganda do crime

A justificativa para a prisão parte do argumento de que “a arte não pode ser escudo para a promoção de atividades ilícitas”. Em nota, a Polícia Civil afirmou que as evidências reunidas mostram uma “relação estrutural entre os eventos artísticos do cantor e a difusão simbólica da cultura armada das facções cariocas”.

Embora a Constituição brasileira assegure a liberdade de expressão, o entendimento da Polícia é que, neste caso, há indícios de que o conteúdo das apresentações passou a configurar apologia direta a crimes, o que é tipificado no Código Penal.

Reincidência e investigação anterior

MC Poze do Rodo já havia sido alvo da Operação Rifa Limpa, em novembro de 2024, acusado de participar de sorteios ilegais de bens de alto valor. Na ocasião, ele e sua esposa, Viviane Noronha, tiveram bens apreendidos, incluindo carros e joias. O caso perdeu força depois que a Justiça determinou a devolução dos bens por falta de provas concretas, mas deixou o artista na mira dos investigadores.

A nova prisão, contudo, ocorre dentro de uma apuração mais robusta, com vídeos, fotos e depoimentos que indicam uma possível relação ativa entre os shows e a movimentação criminosa em comunidades dominadas pelo tráfico.

Defesa promete habeas corpus

O advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso Neves, classificou a prisão como arbitrária e anunciou que irá impetrar um habeas corpus ainda nesta semana. “Queremos entender o motivo de uma nova prisão sobre os mesmos fatos. A acusação é a mesma de antes, sem novidade”, declarou.

A defesa nega qualquer envolvimento de Poze com o tráfico e sustenta que o artista apenas canta sobre a realidade das favelas — ainda que essa realidade seja dura e violenta. No entanto, o discurso da defesa será testado nas próximas semanas, quando o inquérito for analisado pelo Ministério Público.


O que se sabe até agora

Por que MC Poze do Rodo foi preso?
Por apologia ao crime e suspeita de promover atividades do tráfico de drogas através de shows e músicas.

Há provas concretas?
A Polícia diz possuir vídeos e registros de eventos com criminosos armados, além de análises de letras de músicas e depoimentos.

Qual o risco jurídico para o cantor?
Se a promotoria denunciar e a Justiça aceitar, Poze pode ser julgado por associação criminosa e apologia ao crime, com pena que pode ultrapassar 5 anos de prisão.

A defesa pode reverter a prisão?
Sim. A defesa anunciou que vai impetrar habeas corpus e questionar a legalidade da prisão temporária.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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