O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou irritação frente à aproximação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), com o PL, que pode resultar em aliança para as eleições presidenciais de 2026. A conjuntura tem causado desconforto na sigla que abriga o clã Bolsonaro e reforça tensões no campo da direita fluminense. Paes, aliado do presidente Lula, tenta ampliar sua base política, mas enfrenta rejeição dos bolsonaristas mais radicais. “Não fui consultado e acredito que o eleitor de direita no Rio, o mais importante para uma decisão dessa, também não foi”, destacou Flávio no X, rede social de grande influência política.
Conflitos na direita e limites da aliança
O senador questionou diretamente a coerência da união entre dois polos tão antagônicos, indagando: “Alguém me explica como dá pra ser palanque de Bolsonaro e Lula ao mesmo tempo? Ser contra e a favor de traficante? Ser contra e a favor de aborto?”. Essa declaração expõe não só as divergências ideológicas, mas também as contradições políticas que uma eventual coligação pode representar para eleitores conservadores.
Paes e a estratégia para 2026
No último sábado (25), durante filiação do deputado federal Luciano Vieira ao PSDB, Paes demonstrou abertura para diálogo com o PL. Em resposta à declaração do presidente municipal do PL, Bruno Bonetti, que condicionou apoio à aliança com Bolsonaro, Paes afirmou: “Eu não tenho dúvida de que vamos estar juntos, mas por um só amor. Por amor ao estado do Rio de Janeiro”. A fala indica uma tentativa de construção de um front amplo para a disputa eleitoral, mesmo que fragmente a base de direita tradicional.
Bastidores e aceno ao governador Cláudio Castro
Segundo o jornal O Globo, esse movimento de Paes é um aceno político ao governador Cláudio Castro, com quem mantém conversas reservadas e já demonstra gestos públicos de cordialidade. Após meses de atrito, os rumores apontam para um “pacto de não agressão” entre ambos, condicionado à permanência de Castro no governo até o fim do mandato, sem candidatura ao Senado em 2026.
Enquanto isso, o PL segue “testando alguns nomes fortes” para a disputa do governo do Rio, com foco na escolha de um nome competitivo para o Senado, diante da ausência de liderança clara da direita fluminense.
Impactos políticos e cenário para 2026
Esse quadro evidencia o desgaste e as disputas internas na direita, que refletem em decisões estratégicas para composição eleitoral. A aproximação de Paes e PL pode acentuar a fragmentação política e reforçar o protagonismo de lideranças conservadoras e progressistas. A movimentação impacta não só o jogo regional, mas também o cenário nacional, cobrando atenção da sociedade e dos órgãos de fiscalização para possíveis desdobramentos.
