© Paulo Pinto/Agência Brasil
Atualizado em 01/12/2025 17:53

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou duas denúncias criminais contra seis policiais militares do Batalhão de Choque por crimes de peculato e furto qualificado.

As irregularidades teriam ocorrido durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro de 2025 nos complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro.

As acusações são baseadas em análises de vídeos capturados pelas câmeras operacionais portáteis (COP) utilizadas pelos agentes.

🔫 Desvio de Fuzil (Peculato)

A primeira denúncia, protocolada na sexta-feira (28), detalha o desvio de um fuzil. Imagens analisadas pela 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar mostram o 3º sargento Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira recolhendo um fuzil (semelhante a um AK-47) em uma residência onde cerca de 25 homens já estavam rendidos.

Em vez de registrar a arma no material apreendido, ele se afastou do local. Momentos depois, Vieira encontrou o 3º sargento Charles William Gomes dos Santos, com quem colocou o fuzil dentro de uma mochila, deixando-o fora da contabilização oficial, caracterizando peculato.

🚗 Furto Qualificado e Tentativa de Manipulação

A segunda denúncia, apresentada no sábado (29), relata o furto de peças de um veículo. O MPRJ acusou o subtenente Marcelo Luiz do Amaral, o sargento Eduardo de Oliveira Coutinho e outros dois policiais de desmontar um veículo Fiat Toro estacionado na Vila Cruzeiro.

Os vídeos registram o sargento Coutinho retirando o tampão do motor, farol e capas dos retrovisores. O subtenente Amaral e outro policial agiram para garantir o furto, inclusive tentando impedir o funcionamento das câmeras corporais. Outro agente, identificado como Machado, presenciou a ação sem intervir.

🎥 Tentativas de Manipulação das Câmeras

Em ambos os casos, o MPRJ identificou tentativas de manipulação das COPs por parte dos policiais. O Termo de Análise de Vídeo aponta ações como cobertura das lentes, alteração do ângulo de gravação e tentativa de desligamento dos equipamentos.

Segundo o MP, essas práticas contrariam os protocolos e prejudicam a produção de provas, interferindo no controle interno e externo do uso da força.

O Ministério Público Militar segue analisando as dezenas de horas de gravação da Operação Contenção – considerada a mais letal dos últimos anos no Rio (com 122 mortos) – e aguarda que a Justiça Militar receba as denúncias, investigando se os episódios são pontuais ou parte de um padrão mais amplo.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.