Começa no Rio 1ª Cúpula Popular do Brics para debater redução da dependência do dólar
O Rio de Janeiro é sede da 1ª Cúpula Popular do Brics, evento que começou nesta segunda-feira (1º) no Armazém da Utopia, no centro da cidade.
Criado para integrar movimentos sociais ao bloco, que hoje conta com 11 países, o encontro visa articular a participação da sociedade civil na elaboração de propostas para a cooperação no Sul Global.
O evento, que marca o último grande ato com o Brasil na presidência do Brics antes de a Índia assumir a posição no próximo ano, abordará temas cruciais na reconfiguração da geopolítica mundial:
- Cooperação econômica e multilateralismo.
- Construção da multipolaridade.
- Redução da dependência do dólar americano em transações e reservas financeiras.
- Desafios da governança global e o papel do próprio Brics.
🗣️ Um Canal Permanente de Diálogo
O Conselho Civil Popular do Brics foi estabelecido em 2024, durante a Cúpula do Brics de Kazan, na Rússia, com o intuito de promover um diálogo contínuo entre a sociedade civil e os governos dos países-membros.
A ex-presidenta e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, Dilma Rousseff, celebrou o encontro em mensagem de vídeo, afirmando que a cúpula “consagra a participação da sociedade civil organizada” e cria um “canal permanente de diálogo com os governos e as instâncias decisórias do agrupamento”.
João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Conselho Civil dos Brics no Brasil, destacou que a cúpula vai formalizar o modus operandi do conselho civil para o novo mandato indiano, focando em temas que exigem a mobilização popular.
“Os governos sabem que, sem a mobilização da sociedade civil, para alguns temas não tem como resolver, como a defesa da natureza, a construção de moradia popular. Vamos analisar temas da geopolítica mundial, mas também vamos nos dedicar a temas que a sociedade civil pode ajudar a resolver”, disse Stedile.
🌾 Responsabilidade Estratégica na Agricultura
Os organizadores ressaltam a importância estratégica do bloco na alimentação global: os países-membros são líderes na produção de grãos, carnes, fertilizantes e fibras, e concentram mais da metade da agricultura familiar do planeta. Essa posição confere ao Brics uma grande responsabilidade na construção de sistemas alimentares sustentáveis e equitativos.
