Sem Anistia

Texto alternativo à anistia trava na Câmara dos Deputados

Falta de consenso entre governo e oposição impede votação da PEC da Dosimetria

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Jair Bolsonaro - Foto: Ton Molina/STF

O texto alternativo à anistia, elaborado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), enfrenta forte resistência na Câmara dos Deputados e não deve avançar nesta semana. A chamada PEC da Dosimetria, que previa apenas a redução de penas para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, perdeu fôlego diante da falta de apoio tanto da base governista quanto da oposição.

Impasse entre PL e PT

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a convocar reunião nesta terça-feira (30), mas a própria cúpula da Casa reconhece que não há ambiente para votação.

De um lado, o PL de Jair Bolsonaro insiste que a proposta não atende às demandas de sua base, que exige anistia ampla. Do outro, o PT, alinhado ao Planalto, rejeita qualquer tipo de benefício aos envolvidos nos ataques antidemocráticos. Sem consenso, líderes parlamentares avaliam que o texto seguirá “na gaveta” ao menos por mais uma semana.

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Tarcísio pressiona por anistia ampla

Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reforçou nesta segunda-feira (29) a defesa de uma anistia geral aos condenados, argumentando que seria o único caminho para a “pacificação nacional”.

A declaração foi feita após visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Tarcísio criticou diretamente a PEC da Dosimetria, sustentando que a redução de penas não satisfaz a base bolsonarista. Para ele, apenas uma anistia ampla poderia atender às pressões políticas de seus aliados.

Crise política e riscos à democracia

A disputa em torno da anistia expõe o choque entre forças políticas e aprofunda a tensão institucional. O campo bolsonarista tenta transformar os atos de 8 de janeiro em objeto de barganha legislativa, enquanto o governo federal mantém posição firme contra qualquer flexibilização.

A indefinição reforça a fragilidade da proposta de Paulinho da Força, que surge como alternativa de conciliação, mas enfrenta rejeição de ambos os lados e pode se tornar apenas um registro de manobra frustrada.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.