O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem enfrentado dificuldade em avançar o projeto de redução de penas no Congresso devido à postura do irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Conhecido como o filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo defende uma anistia ampla, rejeitando qualquer dosimetria de penas, postura que irritou Flávio e aliados.
Segundo a coluna de Lauro Jardim, Flávio chegou a se referir a Eduardo como “o maluco do meu irmão”, expressando frustração diante da resistência do parlamentar em moderar a posição. A tensão evidencia a distância estratégica entre os irmãos na condução de políticas de anistia e redução de penas.
Conflito político e sanções internacionais
A crise ganhou dimensão após novas sanções do governo Donald Trump contra autoridades brasileiras, incluindo Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes (STF), e um instituto ligado à família do magistrado, aplicadas no âmbito da Lei Magnitsky. A medida aumentou a pressão sobre o Congresso e complicou negociações políticas envolvendo a redução de penas.
Tentativas de mediação
Deputados do Centrão e bolsonaristas procuraram moderar o discurso de Eduardo. Na semana passada, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) viajou aos Estados Unidos para dialogar com o parlamentar e buscar consenso. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar desde agosto, teria solicitado que interlocutores convençam Eduardo a “fechar a boca” para não prejudicar as negociações.
Flávio, por sua vez, busca costurar um acordo que viabilize a aprovação da redução de penas, enquanto Eduardo mantém postura de confronto e aposta no tudo ou nada em defesa da anistia ampla ao pai. A divergência ameaça a unidade do PL e dificulta avanços legislativos em um tema sensível para o governo e para a família Bolsonaro.


