O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a causar polêmica nesta segunda-feira (29) ao defender que crimes de corrupção no Brasil sejam punidos com pena de morte. A declaração foi feita em publicação nas redes sociais, na qual ele repercutiu a execução do ex-ministro da Agricultura da China, Tang Renjian, condenado por corrupção passiva.
Tang foi acusado de receber mais de 268 milhões de yuans (cerca de R$ 201 milhões) em propinas, no âmbito da campanha anticorrupção do governo de Xi Jinping. O caso serviu de gancho para que Flávio atacasse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), associando seu governo a práticas de corrupção.
Críticas a Lula e ironia com redes sociais
O senador lembrou ainda que Lula afirmou recentemente que receberia um emissário chinês para discutir a regulamentação das redes sociais no Brasil. Em tom irônico, sugeriu que o governo também convidasse um especialista em combate à corrupção do país asiático:
“Depois de chamar um especialista em censura chinês para ‘regular’ as redes sociais brasileiras, Lula poderia chamar esse especialista em combate à corrupção da China para ver algumas coisinhas aqui no governo dele no Brasil”, escreveu Flávio no X (antigo Twitter).
Alvo no INSS
Na mesma publicação, Flávio Bolsonaro apontou o INSS como primeiro alvo de uma eventual fiscalização internacional, associando as fraudes descobertas na Previdência Social ao atual governo.
“O especialista chinês poderia começar com o INSS de Lula”, ironizou.
Esquema atravessou governos Bolsonaro e Lula
Apesar da crítica, as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) indicam que os desvios no INSS ocorreram entre 2019 e 2024, período que inclui tanto o governo Lula quanto o mandato de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Bolsonaro foi informado ainda em 2018 — durante a transição de governo — sobre fraudes e irregularidades no sistema previdenciário.
Ou seja, as práticas denunciadas por Flávio atingem diretamente a gestão do próprio pai.


