Fraude do INSS: tentativa de golpe contra Lula expõe falhas na segurança
A Polícia Federal investigou em 2023 uma tentativa de fraude contra a aposentadoria do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um golpista tentou transferir o benefício do petista, no valor de R$ 12,5 mil, para uma conta no Pará.
A manobra foi bloqueada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), evitando prejuízo ao chefe de Estado. O caso veio à tona agora, a partir de documentos revelados pela CPI do INSS.
Segundo registros oficiais, o perfil de Lula chegou a ser acessado na plataforma Meu INSS, gerando alerta de segurança. O fraudador tentou transferir o benefício, originalmente pago em uma agência bancária de São Bernardo do Campo (SP), para uma conta vinculada a Francisco Cardoso, morador do Pará.
Suspeito nega golpe e diz ter sido vítima de estelionatário
Cardoso, que é deficiente visual e também beneficiário do INSS, prestou depoimento por videochamada à Polícia Federal. Ele negou qualquer envolvimento no crime e afirmou que uma conta foi aberta em seu nome por terceiros:
“Como sou deficiente visual, eu tenho benefício do INSS. Para que eu ia fazer uma coisa dessas?”, declarou.
Apesar dos indícios de possível envolvimento, não foram encontradas provas que confirmassem a autoria. O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que não havia elementos suficientes para dar continuidade às diligências.
Arquivamento e falhas de investigação
O MPF pediu o arquivamento do caso, alegando que não houve prejuízo material nem à União, nem à vítima, já que o golpe foi detectado a tempo. O parecer destacou que a transferência foi solicitada eletronicamente, sem registro do IP de origem, o que dificultou a identificação do autor.
Esse episódio, no entanto, revela fragilidades do sistema de segurança digital do INSS, que mesmo em benefício de alta relevância como o do presidente da República foi alvo de tentativa criminosa.
Contexto político e institucional
O caso expõe vulnerabilidades históricas da Previdência Social, alvo constante de fraudes que atingem milhões de beneficiários em todo o país. Além disso, levanta questionamentos sobre a capacidade do Estado de proteger dados sensíveis de cidadãos, sobretudo em meio a discussões sobre cortes orçamentários e a precarização dos serviços públicos.
Especialistas alertam que episódios como esse reforçam a urgência de investimentos em segurança digital e de maior integração entre órgãos de controle, sob pena de novos golpes atingirem não apenas autoridades, mas principalmente os aposentados mais vulneráveis.


