São Paulo, outubro de 2025 – O matchá, tradicional chá verde em pó do Japão, virou protagonista em cafeterias, redes sociais e até em divisões especiais de grandes empresas de bebidas. No Brasil, a tendência também ganha força, acompanhando o crescimento do mercado de chás e suplementos saudáveis no país, que registrou um aumento de 25% no consumo de chá nos últimos sete anos. De acordo com a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de matchá, avaliado em US$ 4,25 bilhões em 2024, deve atingir US$ 6,68 bilhões até 2029.
Por trás da espuma verde fotogênica e da estética que conquista influenciadores, está um segredo milenar da gastronomia, o umami, quinto gosto básico do paladar humano. É ele que diferencia o matchá de outros chás e ajuda a explicar por que a bebida tem se tornado um fenômeno global.
Produzido a partir de folhas da Camellia sinensis, cultivadas à sombra e moídas em pedra, o matchá preserva características únicas de gosto e aroma. Um dos principais responsáveis por essa experiência são os aminoácidos teanina e glutamato, presentes em altas concentrações na erva, devido ao cultivo sombreado. Eles atuam suavizando o amargor típico do chá verde e proporcionando uma sensação de equilíbrio e profundidade no paladar. “Graças ao glutamato e a teanina, o matchá oferece uma experiência gustativa complexa e agradável, marcada pela presença do umami, tornando a bebida tão especial”, explica Hellen Maluly, doutora em Ciência dos Alimentos e consultora técnica e científica da Ajinomoto do Brasil.
Além de conquistar paladares, o matchá reforça uma tendência pela busca de opções funcionais que unem bem-estar, saúde e inovação. “O chá verde é uma demonstração prática de como o umami está em mais alimentos do que imaginamos, e que pode, inclusive, ser apreciado na bebida que se tornou símbolo de estilo de vida equilibrado”, completa a especialista.
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